Se vamos pensar nas coisas, então precisamos pensar sobre quais coisas existem para serem pensadas. Sendo assim, tentaremos fazer uma lista de tudo que existe – começando com as perguntas que surgem imediatamente quando começamos a construir a tal lista.
Vamos começar de forma simples, com algumas coisas físicas comuns. Você pode, por exemplo, querer listar árvores, mas há muitos tipos diferentes de árvores. Basta apenas listar “árvores” e deixar de fora todas as diferenças, deixar de fora algo tão crucial da lista? Por um lado, não, porque “árvores” cobre todas as árvores, mas, por outro, a existência de diferentes tipos de árvores é um fato significativo sobre o mundo, algo que parece necessário para que nossa lista seja total, como deveria ser uma lista de “tudo”! E as florestas? Seria redundante listá-las depois que já listamos as árvores? Por um lado, novamente, um mundo com árvores isoladas é diferente de outro em que estão unidas em florestas, mas, por outro, o que coloca uma floresta acima de suas árvores? Não seria redundante listar as árvores e as florestas? Mas, pelo mesmo raciocínio, o que coloca uma árvore acima de seus átomos? Talvez devêssemos listar apenas as partículas básicas que os físicos dizem compor o mundo, ou talvez só “matéria”. Ou, novamente, deixar de fora da lista de tudo as diferentes coleções de matéria nos objetos seria transformá-la em algo incompleto?
E o que exatamente é um objeto? Em geral, falamos sobre um objeto listando suas propriedades. Falamos que uma maçã é redonda e vermelha, então, deveríamos dizer que a maçã, o objeto, é, de algum modo, diferente dessas propriedades, uma vez que “ele” possui “elas”? E se for assim, a maçã merece uma linha separada na nossa lista por causa de suas propriedades redonda e vermelha? Porém, o que é a maçã quando tiramos essas propriedades?
Nossa lista de tudo, infelizmente, não inclui a si mesma.
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(Andrew Pessin - Filosofia em 60 segundos : expanda sua mente com um minuto por dia!)