Não podemos nos esquecer de que o povo escolhido por Deus, após ter roubado no Egito, por ordem especial e expressa de Jeová, os recipientes de ouro e prata que seus velhos amigos lhe haviam confiado, empreenderam massacres e saques na "terra prometida". Tendo o assassino Moisés como líder e obedecendo à ordem expressa e sempre repetida do mesmo Jeová de não sentir nenhuma piedade, de cometer os homicídios mais cruéis e exterminar todos os habitantes, inclusive as mulheres e crianças (Josué, 10 e 11), seu objetivo era arrancar a terra prometida dos seus legítimos proprietários, uma vez que estes não eram circuncisos e não conheciam Jeová, o que constituía uma razão suficiente para justificar todas as atrocidades cometidas contra eles. Pelos mesmos motivos, a infâmia cometida pelo patriarca Jacó e seus eleitos contra Hemor, o rei de Salem, e seu povo (Gênese, 34, 1) nos é contada de maneira gloriosa justamente porque estes últimos eram ateus.
(Arthur Schopenhauer - A ARTE DE INSULTAR)