No século IV a.C, a questão ética que preocupava os estóicos era como reagir à predominante sensação de fatalismo que brotava do fato de se viver num império rigidamente controlado. Eles não podiam fazer grandes mudanças em sua vida diária, então decidiram mudar de atitude quanto à vida em si. Era o único controle pessoal que lhes restava. O que os estóicos formularam foi uma estratégia de distanciamento emocional da vida. Chamavam essa atitude de apathia e, para os estóicos, a apatia era uma virtude, que os transformava em fonte de risos na taverna local. Os estóicos estavam dispostos a sacrificar alguns tipos de felicidade (sexo, drogas e hip-hop dionisíaco) a fim de evitar a infelicidade provocada por suas paixões (doenças sexualmente transmissíveis, ressacas e rimas ruins). Guiavam-se apenas pela razão, nunca pela paixão, e, portanto, consideravam-se as únicas pessoas realmente felizes - o que quer dizer que eram ininfelizes.
Na história abaixo, o Sr. Cooper demonstra uma forma moderna de estoicismo: o estoicismo por procuração.
O casal Cooper entrou no consultório do dentista, onde o Sr. Cooper deixou claro que estava com muita pressa.
- Sem muita frescura, doutor - mandou ele. - Não precisa anestesia nem nada. Arranque o dente de uma vez e vamos acabar logo com isso.
- Que bom seria se meus pacientes fossem estóicos como o senhor - disse o dentista, admirado. - Então, qual é o dente?
Sr. Cooper virou para a esposa e disse:
- Abra a boca, querida.
G.K. Chesterton uma vez escreveu: "A palavra 'bom' tem muitos sentidos. Por exemplo, se um homem matasse a mãe com um tiro a 500 metros de distância, eu diria que ele é um bom atirador, mas não necessariamente um bom homem." É o advérbio "necessariamente" que revela que Chesterton tinha uma mente verdadeiramente filosófica.
((Tom Cathcart e Daniel Klein - Platão e um Ornitorrinco Entram Num Bar...)