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No mundo todo, academias de ginástica exercitam o corpo, colégios ensinam habilidades técnicas e autoescolas ensinam a dirigir veículos, mas praticamente não há escolas que eduquem e treinem o Eu para dirigir o mais complexo de todos os veículos, a mente humana.
Capacitar o Eu para ser gestor psíquico não é apenas vital para a desaceleração do pensamento; é também fundamental para promover uma emoção saudável e uma mente criativa. Mas tal capacitação parece algo inalcançável nesta sociedade exteriorizante. Entretanto, é possível! O seu Eu está capacitado? Porque temos um rico sistema sensorial que nos conecta com o mundo externo, viciamo-nos em atuar nele e não nos equipamos para intervir nos solos psíquicos. Deixamos essa responsabilidade para a psiquiatria clínica e a psicoterapia quando já estamos doentes, ou ainda para a espiritualidade, a filosofia e os autores de autoajuda. Cometemos erros graves por não termos desenvolvido ferramentas psiquiátricas, psicológicas, psicopedagógicas e sociológicas para prevenir os transtornos emocionais e potencializar as funções mais importantes da inteligência.
Quando ocorre uma nova virose, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e cientistas de inúmeras universidades são mobilizados para evitar uma epidemia. Entretanto, não ficamos desesperados com a falta de tecnologia para prevenir fobias, depressão, anorexia, pânico, bullying e o mal do século, a SPA. Bilhões de pessoas são atingidas por esses sintomas nas sociedades modernas, e parece que estamos hibernando.
A OMS, cientistas e professores de todas as universidades deveriam ser mobilizados para a necessidade vital de gerenciar pensamentos, proteger a emoção, filtrar estímulos estressantes, olhar com os olhos dos outros, pensar como humanidade. Nossa espécie está em crise, por causa não apenas de ataques terroristas, epidemia das drogas, violência urbana, violência nas escolas, violência contra as mulheres, consumismo, pedofilia, discriminação, mas da hiperconstruçãode pensamentos que violenta nossa mente e da inabilidade do Eu como gestor da nossa psique.
Você deve escolher se ficará na plateia, assistindo passivamente aos pensamentos produzidos pelos fenômenos inconscientes (o gatilho, as janelas da memória e, em especial, o autofluxo), ou se assumirá o papel de diretor do script da sua história. Dependendo da sua decisão, as técnicas comentadas a seguir poderão ser vitais.
Nunca seremos plenamente donos do nosso próprio destino, como Jean-Paul Sartre e os demais existencialistas sonhavam. Nunca seremos plenamente autônomos como Paulo Freire almejava. Mas não estamos de mãos atadas. Podemos e devemos deixar de ser meros atores coadjuvantes e assumir o papel de ator principal do teatro mental.
Se nosso Eu for equipado para conhecer a última fronteira da ciência, o processo de construção de pensamentos e educado para gerir nosso intelecto, as prisões, pelo menos a maioria, tornar-se-ão museus, muitos policiais tornar-se-ão poetas, muitos psiquiatras e psicólogos terão tempo para cultivar flores. E as guerras? As guerras mudarão de estilo, não serão mais usadas armas para extrair o sangue, e sim ideias para injetar o amor, o altruísmo e a tolerância no mundo. Pensaremos não mais como feudos, mas como uma família humana.

(Augusto Cury - ANSIEDADE, como enfrentar o mal do século)

publicado às 16:36


1 comentário

De A Vertigem a 24.11.2014

Ao reler o texto, onde menciona que, ou estaremos na plateia a assistir ao desenrolar do teatro que decorre na mente, e por isso, completamente dominados pelo enredo, ou somos o Mestre que controla o filme e faz a própria história. ( não está escrito assim, anda perto ) 
Veio-me à imaginação, que a mente é como uma orquestra. Os músicos que tocam todos os instrumentos musicais,estão todos desalinhados, dispersos... E não conseguem tocar todos em harmonia, e cada um, toca para o seu lado. O Maestro, se não for suficientemente forte, ir endoidecer. Uma boa orquestra deve a sua harmonia, ao Maestro, sendo ele a peça chave. O desafio, é encontrar o Maestro. O Maestro que está dentro da mente. Deve estar tão à vista, que não se vê e nem se ouve pelo barulho dos músicos todos atulhados no palco da mente. 
Já escrevi demais.

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