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Filosofia é para todos |
A IDEIA DE CULTURA
O termo cultura nem sempre teve o significado que conhecemos hoje. Embora a palavra exista, pelo menos, desde os dias de Cícero (106-43 a.C.), cultura era originalmente utilizada quando se discutia a filosofia da educação e se referia ao processo de aprendizado de uma pessoa. Assim, a definição de cultura que conhecemos hoje é um conceito muito mais recente.
Filosofia da educação
A filosofia da educação é uma tentativa de compreender quais são as ferramentas adequadas para que as pessoas compartilhem uma parte de sua cultura com as outras. Quando as crianças nascem, são iletradas e sem conhecimento; é com a sociedade e com a cultura que elas aprendem a se tornar parte dessa mesma sociedade e cultura. Assim, a educação continua a ser um dos elementos mais importantes dos processos culturais.
EXEMPLOS DE INFLUÊNCIA CULTURAL
A cultura possibilita que as pessoas conheçam e acreditem em diferentes coisas e tenham percepções diferentes. Isso levanta a questão: a cultura constrói os fatos normativos ou funciona como uma proteção contra as normas universais? Existem muitos exemplos de cultura com influência sobre nós.
Linguagem
A linguagem é cultural (e pode variar de cultura para cultura) e, dessa forma, seus efeitos sobre o pensamento podem ser considerados efeitos culturais.
Percepção e pensamento
A linguagem (que é afetada pela cultura) tem grande influência sobre nossos processos de pensamento e, assim, também afeta nossas percepções. As culturas podem se apoiar no individualismo (como aquelas fundadas na América do Norte, na Europa ocidental e nos países de língua inglesa da Australásia) ou no coletivismo (como aquelas fundadas no Oriente Médio, no sul e no leste da Ásia, na América do Sul e no Mediterrâneo).
Definições filosóficas
COLETIVISMO: os indivíduos veem a si mesmos como parte de um coletivo, e as motivações derivam primariamente das obrigações com a coletividade. INDIVIDUALISMO: os indivíduos são motivados pelas próprias necessidades e preferências e não veem a si mesmos como parte de uma coletividade.
Emoções
As emoções não são fundamentais somente para a cultura; são fundamentais para os seres mamíferos (os cães, por exemplo, podem expressar alegria, tristeza e medo). As emoções, portanto, são respostas evoluídas que ajudam os indivíduos a sobreviver e devem integrar a natureza humana. A cultura pode influenciar como as diferentes emoções podem ser encaradas e, por vezes, a mesma ação pode suscitar duas emoções completamente diferentes, dependendo da cultura. A cultura também influencia como as emoções são expressas.
Moralidade
A moralidade é claramente modelada pela cultura e a perspectiva moral derivada da cultura de uma pessoa pode ser completamente diferente daquela de um indivíduo de outra cultura. Isso leva à ideia de relativismo cultural.
RELATIVISMO CULTURAL
Os sistemas ético e moral são diferentes para cada cultura. De acordo com o relativismo cultural, todos esses sistemas são igualmente válidos e nenhum é melhor do que outro. A base do relativismo cultural é a noção de que, na verdade, não existem padrões para o bem e o mal. Desse modo, o julgamento de que algo é certo ou errado tem por base as crenças de uma sociedade, pois todas as opiniões éticas e morais são influenciadas pela perspectiva cultural de um indivíduo.
No entanto, existe uma contradição inerente ao relativismo cultural. Se alguém assume a ideia de que não há certo ou errado, então, em primeiro lugar, não há como fazer julgamentos. Para lidar com essa contradição, o relativismo cultural criou a “tolerância”. No entanto, com a tolerância chega também a intolerância, e isso significa que a tolerância tem de implicar também um tipo de bem definitivo. Dessa forma, a tolerância vai contra a noção essencial do relativismo cultural e os limites da lógica tornam o relativismo cultural impossível.
(Paul Kleinman - Tudo o que você precisa saber sobre Filosofia)
(Paul Kleinman - Tudo o que você precisa saber sobre Filosofia)