Várias são as novelas escritas nos últimos trinta anos que narram a época obscura e ao mesmo tempo dourada do período medieval. Junto com ‘Os Pilares da Terra’, de Ken Follett; ‘O Nome da Rosa’, de Umberto Eco e a trilogia de Noah Gordon sobre a família Cole, cuja primeira parte ‘O Médico’ constitui o expoente ideal deste sub-género da novela histórica; apareceu no fim do século XX uma dessas novelas que eriçam a pele dos leitores quando avançam no argumento da mesma. Trata-se, sem dúvida, da ‘Trilogía das Cruzadas’, que Jan Oscar Sverre Lucien Henri Guillou (1944) começou a escrever em 1998. Em apenas um ano o aclamado escritor sueco conseguiu publicar o primeiro tomo das aventuras de Arn, seu personagem central, que o dotou de uma fama internacional de que não gozava até esse momento. Este trio literário narra de modo detalhado e exaustivo as vivências e crenças da sociedade européia medieval em pleno século XII. ‘O Caminho para Jerusalém’ (1998), ‘O Cavaleiro Templário’ (1999) e ‘O Reino no Final do Caminho’ (2000) constituem a saga sobre as Cruzadas, onde Guillou consegue prender o leitor de capítulo em capítulo através de um excelente híbrido entre ficção e realidade histórica, que além disso é amplamente aplicável à situação política mundial actual.
A história começa quando no ano da graça de 1150 nasce na terra de Götaland Occidental (Suecia) Arn Magnusson, filho de duas importantes estirpes aparentadas com as linhagens norueguesa e suecos. Educado pelos monges, em cumprimento de uma promessa feita por seus pais ainda quando menino. É aí no mosteiro que ele desenvolve as suas habilidades de luta, tornando-se um guerreiro exímio. Porém, ao sair do mosteiro, enamora-se de Cecília que já está prometida a um jovem do clan Sverkare. Cecília também se enamora por Arn e, incapazes de reprimir o fogo da paixão carnal, ele engravida Cecília que, entretanto, conta a sua irmã o sucedido e esta, incapaz de guardar segredo, inventa outras mentiras sobre Arn e leva-as à abadessa do convento onde Cecília vivia. Cecília y Arn são julgados e condenados a vinte anos de penitência, ela no convento e ele nas Cruzadas. O filho de Cecília é-lhe tirado, indo viver com a família de Arn. Ao sair do convento, Cecília vai viver com a rainha, com quem travou conhecimento no convento. Arn é condenado a servir a causa cristã na Terra Santa como cavaleiro da Ordem do Templo, então sob o poder europeu, mas ameaçada pelos ataques do sultão muçulmano Saladino. Arn terá que defender os reinos francos do império árabe, ao mesmo tempo que enfrenta uma luta interior pelo desejo de regressar à pátria e aos braços de sua amada.
Arn, nas cruzadas vê a suas habilidades reconhecidas. Depois de grandes feitos, ao chegar a sua hora de regressar, é levado a participar numa última batalha, em que cai na posse do inimigo, mas é libertado e vai, finalmente, ao encontro de Cecília e de seu filho. Pouco tempo, contudo, leva nessa vida de tranquilidade, pois o clan Sverkare declara guerra ao seu povo, y Arn conduz os seus homens à batalha, de que sai vitorioso, perdendo, no entanto, a vida. Morre nos braços de Cecília apertando uma cruz cristã na sua mão esquerda.
O Filme tem a intenção de contar a luta de um povo pela sua autonomia, e, de acordo com elogio fúnebre, no final do filme, Arn teria sido um cavaleiro templário que, com sua vida e experiência, contribuiu decisivamente para o surgimento da Suécia como país livre e pacífico.
Título original: Arn, the Knight Templar
Direção: Peter Flinth
Roteiro: Hans Gunnarsson e Jan Guillou (livro)
Elenco original: Joakim Nätterqvist, Sofia Helin, Vincent Perez, Simon Callow, Bibi Andersson, Steven Waddington
Ano: 2007
Género: ação, épico
Idioma original: sueco, inglês, árabe