Piergiorgio Odifreddi (Cuneo, 13 de julho de 1950) é um matemático italiano, professor universitário de lógica matemática, ensaísta e cientista, também escreveu livros sobre filosofia e teologia, política e história da ciência, sendo colaborador de revistas especializadas e meios de comunicação italianos e estrangeiros. De tendência racionalista é também um activista de renome em defesa do Estado secular, sendo amplamente criticado e centro de polémicas com alguns sectores da Igreja Católica. Desde 2003, é Presidente honorífico da Unione degli ATEI e degli Agnostici Razionalisti. Entre vários prémios científicos, foi homenageado em 2005 pelo Presidente da República Italiana, com o grau de Comendador da Ordine al merito della Repubblica Italiana (OMRI).
No seu primeiro livro popular, “O Evangelho Segundo a Ciência”, propõe uma visão de que a ciência, a matemática e a lógica confrontam, reformulam e, por vezes, resolvem, problemáticas que historicamente têm sido consideradas de relevância da religião e da teologia, como a criação do mundo, o infinito ou a existência de Deus. A conclusão, ficou expressa num lema provocatório, que é:
"A verdadeira religião é a matemática, o resto é superstição. Ou, dito de outra forma, a religião é a matemática dos pobres de espírito. "
No seu livro mais famoso, ”Porque não podemos ser cristãos (e,muito menos, católicos)”, faz uma leitura do Pentateuco e do Novo Testamento a partir de um ponto de vista racionalista, demonstrando as suas inconsistências e anacronismos. O lema da capa resume:
"Se a Bíblia fosse uma obra inspirada por um Deus, não deveria ser correcta, consistente, confiável, inteligente, justa e equilibrada? E porque então transborda de disparates científicos, contradições lógicas, falsidades históricas, loucuras humanas, perversões éticas e feiúras literárias?"
Em diversos artigos, bem como numa controversa “Entrevista com Jesus”, também criticou vários aspectos do fenómeno religioso: dos milagres à caça às bruxas, de Galileu a Spinoza, de Padre Pio a Madre Teresa, da Fides et Ratio de João Paulo II à Spe salvi de Bento XVI, do referendo sobre a lei 40 anos à pedofilia eclesiástica.
As suas críticas à religião também foram efectuadas debatendo com católicos disponíveis para um confronto dialético com Odifreddi, como Paola Binetti e Monsenhor Antonio Stagliano. Fazendo uma caminhada junto com o jornalista Sergio Valzania e com o historiador Franco Cardini “os 800 kilómetros do Caminho de Santiago de Compostela” (descrito no seu livro “A Via Láctea”). E tentando elaborar em vários artigos uma noção de espiritualidade secular, culminando na formulação de ”O meu credo” (de “O matemático impenitente”):
"Creio num só Deus, a Natureza, Mãe Omnipotente, criadora do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis.
Creio num só Senhor, o Homem, "plurigénito" filho da Natureza, nascido da Mãe no fim dos séculos: natureza da Natureza, matéria da Matéria, verdadeira natureza da verdadeira Natureza, não criado, gerado da própria substância da Mãe.
Creio no Espírito, que é Senhor e dá consciência da vida, e procede da Mãe e do Filho, e com a Mãe e o Filho é adorado e glorificado, e que falou pelos profetas do Intelecto.
Espero a dissolução da morte, mas não uma outra vida num mundo que não virá."