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De tudo e de nada, discorrendo com divagações pessoais ou reflexões de autores consagrados. Este deverá ser considerado um ficheiro divagante, sem preconceitos ou falsos pudores, sobre os assuntos mais variados, desmi(s)tificando verdades ou dogmas.
O sol é a sombra física do Logos ou assim como a chama do seu corpo. Então a encarnação do Logos se representa por uma sombra e em corpo mortal. O Mito Solar, pois, é uma narrativa na qual, em primeiro lugar, aparece a atividade do Logos ou Verbo no Cosmo e logo nos fatos de vida de um ser que é uma encarnação do Logos, representado como Deus ou Semideus, sendo que sua carreira será determinada pelo curso do Sol, por ser este astro a sombra do Logos. O Logos Encarnado nasce com o Sol e, como este, no solstício do inverno, morre no equinócio da primavera e é vencedor da morte, ascende ao céu. O Deus Solar ocupa os seis primeiros meses do ano com um trabalho laborioso, ao passo que os outros seis meses são um período de proteção e de conservação. Nasce sempre no solstício do inverno, após o dia mais curto do ano (no hemisfério boreal) e na noite entre 24 e 25 de dezembro, a noite santa por excelência em todo o ano. O signo zodiacal da Virgem Imaculada Celestial está sobre o horizonte oriental à meia-noite, e o Sol (Menino) do ano-novo dá então começo à sua jornada, desde o ponto mais austral, em direção ao hemisfério norte, para livrar essa parte da obscuridade e do frio, da umidade e da fome, que seriam inevitáveis se permanecesse sempre debaixo do Equador.
(JORGE ADOUM - Do sexo à divindade)