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De tudo e de nada, discorrendo com divagações pessoais ou reflexões de autores consagrados. Este deverá ser considerado um ficheiro divagante, sem preconceitos ou falsos pudores, sobre os assuntos mais variados, desmi(s)tificando verdades ou dogmas.
O texto com apenas 131 páginas, dividido em 5 capítulos e a introdução, é de 2006. Escrito pelo autorizado sociólogo polaco, observador lúcido da sociedade contemporânea e autor de muitos livros importantes, tornou-se rapidamenteuma chave de leitura reconhecida pela solidão do cidadão global: “se queremos compreender o mundo em que vivemos e não errar os movimentos, interpretando-o com as categorias que utilizamos no passado e que hoje não servem mais, é oportuno ler Modus vivendi de Zigmunt Baumn. O livro é belíssimo. A condição humana, pintada como um inferno, implora uma utopia que a possa resgatar” (Umberto Galimbertti); “com um livro fulgurante, Zigmunt Baumn confirma-se lucidíssmo nas suas análises sobre o tipo de mundo no qual nos tocou a viver” (Corrado Augias).
Para o autor as características fundamentais da sociedade contemporânea vistas com a óptica da centralidade no homem são:
- a liquidez, ou seja a volatilidade e a incerteza que qualificam todos os aspectos da vida também devida à ausência de fortes medidas de proteção e de tutela das pessoas por parte do estado,
- a separação entre poder e política porque o primeiro exercita-se a nível global e o estado perdeu poder e controle, a política é local e o mercado é global,
- A crescente dificuldade em fazer projetos de longo prazo, enquanto restam apenas segmentos de projecto a breve prazo que são difíceis de combinar numa sequência ordenada ao melhoramento.
“Não restaram muitos terrenos sólidos sobre os quais as pessoas possam construir as suas esperanças de salvação; não podemos mais esperar seriamente de fazer do mundo um lugar melhor para viver; não podemos sequer tornar verdadeiramente seguro aquele lugar melhor no mundo que, talvez, tenhamos conseguido reservar para nós mesmos. A insegurança existe e permanecerá, aconteça o que acontecer”, mas é possível tornar a incerteza menos terrível e isto só o podem fazer os habitantes do mundo líquido.
Zygmunt Bauman rouba a nossa atenção e enfrenta o medo mais inconfessável: que futuro nos espera?