Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]



“O escândalo dos abusos sexuais por padres e religiosos "não é - como alguns sugerem - apenas e exclusivamente o produto de mentes doentias e perversas (coisa real). É algo mais sério. Coloca definitivamente em crise um padrão "antropológico" de pessoas dominantes que se permitem a liberdade de ofender aqueles que se sentem inferiores, com a agravante da impunidade." É uma das citações principais de um longo artigo de Vinicio Albanesi publicado no n.° 17 da revista dos Dehonianos “Settimana”, saído hoje. De acordo com Albanesi, "o fenômeno permanente de abusos e a sua aparente impunidade regem-se sobre a concepção dominante que não respeita os mais vulneráveis: crianças, neste caso. (...) O abuso está, em primeiro lugar no domínio; tornando-se perverso, resultando no abuso sexual. Mas a tendência em que o abuso sexual ocorre baseia as suas raízes na suposta superioridade do educador. (...) Se o educador desempenha uma função 'sagrada’, a violência torna-se poder absoluto. (...) O limite em que se deve parar é confiado à pessoa que o infringe, tornando-o efetivamente incontrolado."
"Em parte - insiste - é explicado pela mentalidade de domínio que não permitia ver a gravidade do crime. (...) Além disso, a proteção do bom nome da Igreja, o medo do escândalo, prevaleceu sobre todos os outros motivos de condenação e remoção de sacerdotes e religiosos comprometidos". Mas "toda a história da pedofilia na esfera religiosa mostrou que se pôde fazer tanto mal porque o clima de domínio era de tal modo tão generalizado que se podia esperar a ocultação dos crimes. Nem mesmo o medo do escândalo parou os sacerdotes e religiosos envolvidos. Obviamente, estavam bem cientes do clima de tolerância que iria protegê-los."
Mas, "não há outra via, se não dizer toda a verdade e, se os comportamentos foram abomináveis, o pedido de perdão a Deus e às vítimas é a única via a percorrer." É muito perigoso, no entanto, continua o artigo, "esconder-se por trás da “perseguição dos inimigos da Igreja" para não abordar o drama acontecido, com a certeza de não permitir no futuro o que aconteceu. Isso não significa negar que por trás da exigência de justiça possam esconder-se especulações que camuflem sentimentos de ganância e de hostilidade." Entre as lições a serem aprendidas pela igreja por "eventos tão dolorosos e vergonhosos", é uma das conclusões de Albanesi, é que "um espírito evangélico não pode permitir-se posições de domínio nos confrontos de quem quer que seja (...). Os poderes manifestos trazem sempre consequências devastadoras."

publicado às 13:03



Mais sobre mim

foto do autor


Pesquisar

Pesquisar no Blog

Arquivo

  1. 2018
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2017
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2016
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2015
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2014
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2013
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2012
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2011
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2010
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2009
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2008
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2007
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D