São equivalentes. Use a definição de deus que quiser. Só neste blog tem três (por enquanto). Desde Santo Agostinho já se santificava o trabalho e se demonizava o ócio. Quem está trabalhando está servindo a Deus. A mente parada atrai o demônio, não é mesmo? Então, como Deus é tudo, Deus é deus quando está trabalhando, criando. E me parece que ele só fez isto durante seis dias, por isto não existia Diabo. Durante esses seis dias ele foi o criador. Ele trabalhou bastante e fez coisas belas acontecerem. Depois, no sétimo dia ele descansou. E o que ele fez? Nada! Se ele existe através de suas obras, a sua ausência provoca um vácuo que é preenchido pelo... diabo!
Então o ócio de Deus é o diabo. O diabo é o nada e deus é o tudo, mas tudo e nada são equivalentes, como o preto e o branco, o bem e o mal. Tanto faz escuridao total como luz total. As duas coisas impedem a percepcao de qualquer coisa visivel. O preto é equivalente ao branco. E o ócio? Ora, já dizia a Igreja: é pecado. Preguiça! E foi aí que surgiu o diabo.
Se Deus é tudo, é criação. A simples ausência do todo na hora que ele descansa produz o diabo da mesma forma que quando o dia descansa produz a noite. Quanto mais deus descansa, mais o diabo trabalha. Então Deus criou (tornou-se) o Diabo quando descansou, e como todas as coisas extremas que se complementam (como tudo/nada, dia/noite, escuro/claro, bem/mal) não existe uma diferença substancial entre elas (o dia e a noite não existem como coisas, são apenas estados) então Deus é um só, e tem um estado deus, e um estado diabo.
"Foi deus mesmo que, acabado seu trabalho e assumida a forma de serpente pôs-se ao pé da ciência — assim descansou do cansaço de ser Deus. Fez bem... O diabo nada mais é que o ócio de deus a cada sete dias..." (FRIEDRICH WILHELM NIETZSCHE - "ALÉM DO BEM E DO MAL")
Vladimir Eriatlov