Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
De tudo e de nada, discorrendo com divagações pessoais ou reflexões de autores consagrados. Este deverá ser considerado um ficheiro divagante, sem preconceitos ou falsos pudores, sobre os assuntos mais variados, desmi(s)tificando verdades ou dogmas.
Provavelmente muitos dos que leram as palavras destes dias de um tal monsenhor Scicluna, arquivaram o todo como uma das muitas declarações, focadas neste último período por parte de mais ou menos importantes porta-vozes da igreja, sobre o escândalo pedofilia/igreja.
Pela minha parte apenas algumas breves reflexões. A primeira diz respeito à questão ridícula ínsita a toda a questão céu/inferno, é claro para aqueles que não acreditam. De fato a idéia que um eventual e hipotético (muito hipotético) deus distribua recompensas ou punições, dependendo de que você faça o que ele diz ou não, é uma daquelas coisas que está em desacordo não só com o senso comum e a lógica, mas mesmo com o nível mínimo de racionalidade que todo ser humano deve ter.
Mas o que disse o citado prelado, é um absurdo por outros motivos. Desconheço, de fato – corrijam-me eventualmente- que na Bíblia ou nos Evangelhos sejam indicados diferentes graus de severidade do inferno. Ou se vai ou não se vai. Não é que, se a fazes menos grossa, tens uma sentença mais branda, e, se a fazes mais grossa, terás uma pena mais pesada. Ou será que nós realmente acreditamos que existe uma espécie de 41bis também para o inferno? Era o que faltava!
Outra coisa. O monsenhor pensa realmente que a sua ameaça assusta algum dos padres que se mancharam de tal infâmia? Aqueles que fazem estas coisas não se importam nada, logo à partida, com essa questão céu/ inferno. Ou devemos acreditar que um padre pedófilo pense que possivelmente ainda tem uma chance de ganhar o paraíso? Absolutamente. A realidade é que a igreja, diante da enormidade do escândalo que a envolve não sabe o que fazer, é como se estivesse em debandada. Então, para tentar apaziguar um pouco o rebanho, dá vigor e vida nova à historieta do inferno e do céu que o padre contava quando éramos crianças.
Exatamente, quando éramos crianças.