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Para o Papa Francisco, a Igreja não é uma empresa, uma multinacional ou uma ONG. Ela é "a família de Deus", do Deus que é amor, misericórdia e que perdoa sempre, se houver arrependimento. Deus está a caminho, "quando o procuramos e deixamos que ele nos procure. A experiência religiosa primordial é a do caminho. A vida cristã é uma espécie de atletismo, de conflito, de corrida, em que temos de nos desfazer das coisas que nos afastam de Deus".

No caminho, há perigos e tentações. Francisco acredita na existência do Diabo (como símbolo do mal ou uma entidade pessoal?): "O Demónio é, teologicamente, um ser que optou por não aceitar o plano de Deus. A obra-prima do Senhor é o homem; alguns anjos não o aceitaram e rebelaram-se. O Demónio é um deles. No Livro de Job é o tentador, que nos leva à suficiência, à soberba. Jesus define-o como o pai da mentira. Os seus frutos são sempre a destruição, a divisão, o ódio, a calúnia. E, na minha experiência pessoal, sinto-o de cada vez que sou tentado a fazer algo que não é aquilo que Deus me pede. Acredito que o Demónio existe. Talvez o seu maior sucesso nestes tempos tenha sido fazer-nos acreditar que não existe." De qualquer modo, "uma coisa é o Demónio e outra é demonizar as coisas ou as pessoas. O homem é tentado, mas não é por esse motivo que deveremos demonizá-lo". Mas o ser humano é um ser caído, o que "se explica a partir da queda da natureza depois do pecado original". Portanto, "as pessoas podem fazer algo de mau devido à sua própria natureza, ao seu "instinto", que se potencia devido a uma tentação exógena."

O fundamentalismo não é o que Deus quer, e ele não consiste apenas em matar em nome de Deus, o que é "uma blasfémia". "Por exemplo, quando eu era pequeno, na minha família havia uma certa tradição puritana; não éramos fundamentalistas, mas estávamos nessa linha. Se alguém do nosso círculo próximo se divorciava ou se separava, não entrávamos na sua casa; e também acreditávamos que os protestantes iam todos para o inferno, mas lembro-me de uma vez em que estava com a minha avó, uma grande mulher, e passaram precisamente duas mulheres do Exército de Salvação. Eu, que tinha uns cinco ou seis anos, perguntei-lhe se eram monjas. Ela respondeu-me: "Não, são protestantes, mas são boas." Esta foi a sabedoria da verdadeira religião."

Não se admite um clero de burocratas e carreiristas. Por exemplo, é "uma hipocrisia" negar o baptismo a crianças de pais não casados. E há o ecumenismo e o diálogo inter-religioso práticos: o das pessoas "que não partilham a minha fé, mas que partilham o amor pelo irmão". A verdadeira liderança religiosa é conferida pelo serviço. "Para mim, esta ideia é válida para a pessoa religiosa de qualquer confissão. Assim que deixa de servir, o religioso transforma-se num mero gestor, no agente de uma ONG. O líder religioso partilha, sofre, serve os seus irmãos." Foi esta dinâmica que o levou, já Papa, num gesto surpreendente, a Lampedusa, com esta mensagem: "A globalização da indiferença tirou-nos a capacidade de chorar. Peçamos ao Senhor a graça de chorar sobre a nossa indiferença, sobre a crueldade que há no mundo, em nós, também naqueles que no anonimato tomam decisões socioeconómicas que abrem o caminho a dramas como este."

Para a pedofilia, tolerância zero. "O problema não está associado ao celibato. Se um padre for pedófilo, é-o antes de ser padre. Ora, quando isso acontece, nunca se poderá tolerar. Não se pode assumir uma posição de poder e destruir a vida de outra pessoa. Na diocese, nunca me aconteceu, mas, uma vez, um bispo telefonou-me para me perguntar o que se deveria fazer numa situação semelhante, e eu disse-lhe que lhe retirasse a autorização, que não lhe permitisse exercer mais o sacerdócio e que desse início a um julgamento canónico no tribunal."

A humildade é garantia de que o Senhor está presente. "Quando alguém tem todas as respostas para todas as perguntas, é uma prova de que Deus não está com ele." A Igreja tem uma herança a preservar e que não pode negociar, mas é preciso, com tempo, "dar respostas com a herança recebida às novas questões de hoje."

 

(Anselmo Borges)

publicado às 18:32

 

Já se deixou para trás o economicismo do Nobel, Milton Fridman que no Time de setembro de 1970 dizia:” a responsabilidade social da empresa consiste em maximalizar os ganhos do acionistas”. Mais realista é Noam Chomsky: “As empresas é o que há de mas próximo das instituições totalitárias. Elas não têm que prestar esclarecimento ao público ou à sociedade. Agem como predadoras, tendo como presas as outras empresas. Para se defender, as populações dispõem  apenas de um intrumento: o Estado. Mas há no entanto uma diferença que não se pode negligenciar: enquanto, por exemplo, a General Electric, não deve satisfação a ninguém, o Estado deve regularmente se explicar à população”(em Le Monde Diplomatique Brasil, n. 1,  agosto 2007, p. 6).
Já há décadas que as empresas se deram conta de que são parte da sociedade e que carregam a responsabilidade social no sentido de colaborarem para termos uma sociedade melhor.
Ela pode ser assim definida: A responsabilidade social é a obrigação que a empresa assume de buscar metas que, a meio e longo prazo, sejam boas para ela e também  para o conjunto da sociedade na qual está inserida.
Essa definição não deve ser confundida com a obrigação social que significa o cumprimento das obrigações legais e o pagamento dos impostos e dos encargos sociais dos trabalhadores. Isso é simplesmente exigido por lei. Nem  significa a resposta social: a capacidade de uma empresa de responder às mudanças ocorridas na economia globalizada e na sociedade, como por exemplo, a mudança da politica econômica do governo, uma nova legislação e as trasformações do perfil dos consumidores. A resposta social é aquilo que uma empresa tem que fazer para adequar-se e poder se reproduzir.
Responsabilidade social vai além disso tudo: o que a empresa faz, depois de cumprir com todos os preceitos legais, para melhorar a sociedade da qual ela é parte e garantir a qualidade de vida e  o meio ambiente? Não só que ela faz para a comunidade, o que seria filantropia, mas o que ela faz com a comunidade, envolvendo seus membros com projetos elaborados e supervisionados em comum. Isso é libertador.
Nos últimos anos, no entanto, graças à consciência ecológica despertada pelo desarranjo do sistema-Terra e do sistema-vida surgiu o tema da responsabilidade socio-ambiental. O fato maior ocorreu no dia 2 de fevereiro do ano de 2007 quando o organismo da ONU que congrega 2.500 cientistas de mais de 135 países o Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas (IPCC), após seis anos de pesquisa, deu a público seus dados. Não estamos indo ao encontro do aquecimento global e de profundas mudanças climáticas. Já estamos dentro delas. O estado da Terra mudou. O clima vai variar muito, podendo, se pouco fizermos, chegar  até a 4-6 graus Celsius. Esta mudança, com 90% de certeza, é androgênica, quer dizer, é provocada pelo ser humano, melhor, pelo tipo de produção e de consumo que já tem cerca de três séculos de existência e que hoje foi globalizado. Os gases de efeito estufa, especialmente o dióxido de carbono e o metano são os principais causadores do aquecimento global.
A questão que se coloca para as empresas é esta: em que medida elas concorrem para despoluir o planeta, introduzir um novo paradigma de produção, de consumo e de elaboração dos dejetos, em consonância com os ritmos da natureza e a teia da vida e não mais sacrificando os bens e serviços naturais.
Esse é um tema que está sendo discutido em todas as grandes corporações mundiais, especialmente depois do relatório de Nicholas Stern (ex-economista-senior do Banco Mundial), do relatório do ex-vice presidente dos USA Al Gore, “Uma verdade incômoda” e dos várias Convenções da ONU sobre o aquecimento global. Se a partir de agora não se investirem cerca de 450 bilhões de dólares anuais para estabilizar o clima do planeta, nos anos 2030-2040 será tarde demais e a Terra entrará numa era das grandes dizimações, atingindo pesadamente a espécie humana. Uma reunião de julho de 2013 da Agencia Internacional de Energia (AIE) enfatizava que as decisões tem que ser tomadas agora e não em 2020. O ano 2015 é nossa última chance. Depois será tarde demais e iríamos ao encontro do indizível.
Estas questões ambientais são de tal importância que se antepõem à questão da simples responsabilidade social. Se não garantirmos primeiramente o planeta Terra com seus ecosistemas, não há como salvar a sociedade e o complexo empresarial. Portanto: é urgente a responsabilidade socio-ambiental das empresas e dos Estados

(Leonardo Boff escreveu: Sustentabilidade: o que é o que não é, Vozes 2012)

publicado às 18:31


A resposta está nas estrelas

por Thynus, em 24.08.13

 



Uma estrada coberta de neve, um carro que perde o controle e que vai bater. Na direção o velho Ira, que agora ficou preso, ferido, entorpecido com o gelo, e tão só. A dor imobiliza-lo e permanecer consciente é um esforço indescritível, pelo menos até quando bem diante de seus olhos toma forma uma figura, em primeiro lugar indistinto, em seguida, delicadamente nítida: é a imagem da amada esposa Ruth. Que o exorta, exigi-lhe que resista, o mantém vivo, contando-lhe as histórias que os uniram por mais de 50 anos: os bons momnetos e os momentos tristes, as paixões e os arrependimentos, e sempre o amor infinito. Ele sabe que Ruth não pode estar lá, mas se apega às lembranças, às emoções, às palavras dos dois juntos. Não muito longe daquela estrada, a vida de Sophia está prestes a mudar para sempre. A universidade, o ex-namorado traidor e violento, as festas e as amigas desaparecem na noite de estrelas em que encontra Luke. Apaixonar-se por ele é inevitável, imaginar um futuro diferente torna-se um sonho possível. Um sonho que Luke pode fazer real. Enquanto o segredo que esconde não o destrua. Ira e Ruth. Sophia e Luke. Dois casais que aparentemente não têm nada em comum, divididos pela idade e pela experiência, mas que o destino vai reunir, na forma mais inesperada e emocionante. Lembrando-nos que mesmo as decisões mais difíceis podem ser o início de uma viagem extraordinária, pois os sentimentos e segredos dos homens percorram estradas impossíveis.

publicado às 23:20


O Caos

por Thynus, em 24.08.13
Em primeiro lugar nasceu o Caos
Hesíodo
Chamado o Abismo, a Grande Profundidade, Vazio, Desordem, pelos povos da Antigüidade, o Caos, palavra de origem grega, denomina "a personificação do vazio primordial anterior à criação, no tempo em que a ordem não havia sido imposta aos elementos do mundo" (Grid, 88). Para a cosmogonia egípcia, o Caos é "uma potência do mundo informe e não ordenado... que rodeia a criação ordenada como um oceano rodeia a terra" (Morr, 48); sob o nome de Nun, é apontado como o pai de todos os deuses e de todas as criaturas, e, como o oceano primordial, engendra o próprio Ra. Na Bíblia, o Caos é designado tohu wabohu. "Tohu é o deserto desolado, sem água, sem caminhos (...) Bohu, da mesma raiz que o ar bico bahiya (ser vazio), confirma a primeira noção; a combinação dos dois termos indica desolação extrema". (Dic. Enciclopédico da Bíblia, ª Van denBorn, Ed. Vozes, p.242)
Tanto na narrativa bíblica da Criação, quanto nas cosmologias babilônia, fenícia, egípcia ou grega, vemos o Caos como um estado indiferenciado, amorfo, confuso, que antecede o princípio de todas as coisas. Em todas elas, igualmente, o Caos coloca-se em oposição ao Cosmos, ou seja, o Universo, o conjunto ordenado de todas as coisas criadas.
Contudo, a forma "moderna" de pensamento à qual estamos acostumados pode induzir-nos a um engano, o de conceber-se o Caos como um estado ocorrido "antigamente", no dia anterior ao da Criação. Decididamente, não pensavam assim os nossos antepassados, que não consideravam o tempo da forma linear tal como procedemos hoje em dia. Os egípcios, ao descreverem o Caos rodeando a Criação como o oceano circunda a terra, são categóricos a esse respeito.
Os gregos, por sua vez, vêem o mundo como a arena onde se trava a luta entre os irmãos gêmeos Eros e Anteros, que personificam respectivamente as forças de atração e repulsão presentes em todas as coisas. Ao contrário da idéia atualmente difundida, Eros não personifica apenas a atração sexual: ele preside a todas as forças que atraem, unem, agregam, desde as células vivas, tomos e moléculas, aos planetas e galáxias; amizade, amor e atração sexual são representações dessas forças agregadoras, todas elas regidas pela mesma divindade. Seu irmão, Anteros (Anti-Eros), preside a todas as forças desagregadoras: desde a decomposição das células mortas, à força de repulsão existente entre as moléculas, e as que não permitem que o cosmos se precipite sobre si mesmo.
Não é correto opor-se Eros a Tânatos, como faz a Psicanálise, pois Eros não está em oposição à Morte, ao menos da maneira que se acredita. Mesmo na dupla Eros- Anteros, o pensamento dualista verá o antagonismo entre a vida e a morte, mas esta consiste numa concepção infantil, que mostra as limitações da visão judeu-cristã na compreensão dos mitos. Fora do dualismo maniqueísta, a vida não é Eros, e sim o resultado da contraposição entre Eros e Anteros; nem a vida nem a morte se situam num desses pólos, mas no equilíbrio entre os mesmos.
Essas considerações recordam-me o paradoxo Zen: "Você pode produzir o som de duas mãos batendo uma na outra. Mas qual é o som de uma das mãos?" Esta pequena jóia da filosofia oriental mostra-nos, entre outras coisas, a impossibilidade de se dividir o universo em aspectos isolados como peças de uma máquina, tal como se procede no raciocínio cartesiano. Eros e Anteros somente fazem sentido se considerados conjuntamente, e a vida procede da interrelação entre os mesmos, assim como uma ponte pênsil se mantém em pé devido à tensão entre os cabos das margens opostas.
Transportando essas idéias para a oposição Caos- Cosmos, temos que o mundo manifesto apresenta as características não só de um, mas de ambos os princípios. A noção do caos circundando o universo como o oceano rodeia a terra, como pensam os egípcios, constitui-se numa excelente imagem. O caos subjaz à natureza, e nela irrompe a todo momento, através dos mais variados fenômenos. Quando alguém é morto e sepultado, é o caos que retorna, transformando o corpo em matéria decomposta; quando a noite cai, é o caos que envolve a natureza com as trevas indiferenciadas do princípio. O mesmo se dá no inverno, quando a vegetação definha, e o sol parece desmaiar no firmamento, ou numa simples tempestade, onde os elementos se confundem em sua fúria exatamente como o fazem no instante primordial. A morte igualmente não se constitui para os antigos num momento único: ela está presente no cair de uma folha, na chegada do inverno, na troca de pele das serpentes, e até mesmo no crescimento interior de um indivíduo; mudar, crescer, é deixar morrer uma parte de si mesmo para permitir o nascimento de um novo eu. A noção da morte como o momento concreto em que o corpo chega ao fim é mais um produto da mentalidade reducionista e simplória do homem moderno, aparentemente incapaz de compreender abstrações desse tipo.
Os rituais mais diversos, como os da semeadura, da colheita, ou do solstício de inverno, expressavam o conhecimento dos antigos em relação à alternância do caos com a ordem, dramatizada pela natureza. Nos rituais iniciáticos, igualmente, a morte simbólica do neófito representava um retorno ao caos; nas narrativas mitológicas, esse momento é expresso na descida aos infernos que o herói tem que realizar. Conforme já estudamos anteriormente, o homem primitivo considerava o momento da criação como o único momento efetivamente real. Desse modo, para se obter o homem "real", ou seja, o iniciado, deve o homem comum, através do ritual, submeter-se ao mesmo processo ao qual o universo terá se submetido in illo tempore.
Uma vez feito esse preâmbulo, torna-se necessário conceituarmos mais precisamente o que seja caos. Pensarmos nele como um amontoado de matéria amorfa não seria satisfatório, pois, como acabamos de ver, o Caos se manifesta em todos os âmbitos da natureza, e, como teremos oportunidade de descobrir, em muitos outros aspectos.
Pensemos no Caos como um estado absolutamente desprovido de limites. A divindade que submete o Caos o faz "mutilando-o", ou seja, emprestando-lhe a Forma. Trazer a Ordem constitui-se, em outras palavras, em impor limites àquilo que não os tem. O Caos, como substância amorfa, possui a potencialidade de todas as formas, e impor a Ordem nada mais é que dar contorno a todas as coisas. Mais uma vez, podemos observar a simbologia da mutilação, presente nos mitos cosmogônicos tais como o do deus sacrificado, o da morte do dragão, ou o do filho que castra o pai; essa mutilação representa a imposição da forma a aquilo que anteriormente era informe - impor limites sempre equivalerá a "mutilar" alguma coisa.
Conceituando-se o Caos como um estado desprovido de limites, resulta-nos uma tarefa fácil compreendermos o porquê de seus símbolos. A água representa o Caos porque é um elemento fluido, amorfo; iniciar alguém com a imersão na água é repetir a cosmogonia, onde seu oficiante imita o deus criador ao retirar a matéria de dentro do oceano primordial. As trevas constituem-se igualmente num símbolo perfeito, pois nela se diluem as formas dos objetos; o que está mergulhado na escuridão "desaparece" aos nossos olhos, isto é, dilui-se num todo indiferenciado. Por esse motivo, muitas cerimônias iniciáticas envolvem a permanência na escuridão - um símbolo da descida aos Infernos - onde o neófito "morre" ritualmente. A noite simboliza o Caos tanto por envolver o mundo nas trevas, como porque representa a descida do sol às profundezas do Hades. Por extensão, o inverno também o representa, uma vez que recobre a natureza com um manto de morte, deteriorando a vida vegetal, como também porque se deve ao solstício, o ponto mais baixo em que o sol pode descer no céu, simbolizando mais uma vez a descida da divindade aos Infernos. O fogo também se presta para representar o Caos, pois dissolve todas as formas através da combustão ou fusão, e lembra o estado ígneo em que se encontrava a Terra antes de gerar a vida. Desse modo, os rituais de iniciação pelo fogo consistem, assim como os de imersão na água, numa repetição da cosmogonia. (“Eu vos batizo com a água para o arrependimento, mas aquele que vem depois de mim é mais forte do que eu... Ele vos batizará com o fogo do Espírito Santo" (Mateus 3,11, conforme Is. 1,25, Zc. 13,9, Ml. 3,2, e Eclo. 2,5).
A Ordem traz a hierarquia. Na natureza, separam-se luz e trevas, terra e água, alto e baixo; o mais leve assenta-se sobre o mais pesado, os elementos se formam, e os planetas adquirem suas órbitas. O Caos, por sua vez, representa a mais pura ausência de hierarquia: não há contorno entre as coisas, nem alto nem baixo, nem leve nem pesado, nem presente, passado ou futuro; até mesmo o tempo se dobra à fluidez do Caos, e perde sua razão de ser. Por isso mesmo fica sem sentido acreditar que o caos primordial teria existido em determinada época; quando os mitos se referem a algo ocorrido naquele tempo, referem-se não a um evento ocorrido "antigamente", e sim numa outra dimensão transcendente ao tempo formal.
Como não poderia deixar de ser, o Caos não se expressa somente nos fenômenos naturais, mas também no nível das atividades humanas, cuja simbologia fornece abundante material para os rituais. Por isso, as celebrações religiosas que abolem a hierarquia social por um período determinado, como as Bacanais ou o Carnaval, simbolizam o estado caótico que antecede a criação do mundo, por sua vez representada pelas atividades agrícolas que se seguem após este tipo de festividades. A nível psicológico, por sua vez, o caos fica representado pela loucura - ou seja, a perda dos limites do próprio eu, como símbolo pars pro toto do universo. No entanto, a loucura celebrada nessa classe de rituais não é a loucura comum, profana, conforme alguns poderiam pensar: trata-se do que os gregos denominavam ékstasis, símbolo da união do homem com Deus. No item que se segue, abordaremos alguns tipos de rituais que dramatizam a alternância entre a ordem e a desordem, que, devido a sua rica simbologia, contribuirá de forma inestimável para o estudo desta fascinante temática da mitologia universal.

(Antonio Farjani - "A linguagem dos deuses")

 

NOTA - Anteros (G.). Filho de Afrodite e de Ares, e irmão de Eros (vv.). Ele e seu irmão simbolizavam, respectivamente, a repulsão e a atração entre as criaturas, sendo Eros o amor feliz, e Anteros o infeliz. Anteros aparecia também como a divindade vingadora do amor não-correspondido. (Mário da Gama Cury - "Dicionário de Mitologia")

publicado às 17:16


Feromônios

por Thynus, em 24.08.13

 

Não é de hoje que as fragrâncias despertam interesse do homem. Os perfumes vêm fascinando a humanidade há milhares de anos. A data da origem da utilização de fragrâncias pelo ser humano é difícil de determinar, mas alguns pesquisadores dizem que pode estar associada à descoberta do fogo e possivelmente possuía cunho religioso. É possível que, a partir da descoberta do fogo, tenhamos começado a realizar oferendas aos deuses com a queima de folhas secas, as quais possivelmente exalavam odores agradáveis. Com o passar do tempo, essa prática passou a ser utilizada por sacerdotes em rituais religiosos. A própria origem da palavra perfume está associada a essa atividade, uma vez que deriva do latim per (de origem) fumare (fumaça).
O século XVI foi marcado por explorações e desbravamentos sem qualquer precedente na história do nosso planeta. Vasco da Gama, Cristovão Colombo, Pedro Álvares Cabral e Fernão de Magalhães são grandes exemplos desses desbravadores. Com suas expedições foram os responsáveis por trazer, das terras desbravadas para os grandes centros europeus, novos aromas e fragrâncias. Alavancaram o interesse da burguesia europeia e subsidiaram os alquimistas, com ingredientes para novas receitas. Nesse período surgiram os primeiros livros sobre perfumaria.
A industrialização dos aromas e perfumes parece datar do século XIX, capitaneada pela indústria britânica Crown Fragrances (em português, Fragrâncias da Coroa). Indústrias de toda a Europa expandiram seus negócios globalmente, levando à massa o que antes apenas a classe alta tinha acesso. Esse cenário conduziu às revoluções de comportamento e moda observadas no século XX.

A Química, como uma ciência exata e relevante para o entendimento do comportamento humano e ambiental, identifica, analisa e prepara moléculas. Essas estruturas poderiam variar desde compostos naturais até aqueles sintéticos, a fim de compreender os sentimentos complexos e universais que rodeiam o Homem.
A Química do amor pode ser então compreendida como uma série de complexas interações moleculares, podendo essas serem individuais, como aquelas despertadas no próprio indivíduo pela passagem da fase infantil para a fase adulta, ou entre indivíduos, quando as interações moleculares se dão, especialmente, quando abordamos os aspectos da volatilidade das moléculas. Todas essas interações moleculares podem induzir a atividade de células do organismo, despertar a atração entre membros de comunidades para efeito de reprodução ou controle de pragas. Podem ainda, relacionar-se ao bem estar social, seja perfumando um ambiente ou um indivíduo.
Feromônios são substâncias naturais secretadas por um indivíduo para transmitir informações a outros da mesma espécie. A palavra “feromônio” originou-se dos termos gregos pherein (transferir) e hormon (excitar).
“Feromônios influenciam o comportamento humano?”. Essa é uma das 125 grandes questões ainda não respondidas pela ciência, segundo levantamento da revista Science, em 2005. Alguns estudos controversos apontam que os seres humanos também usam feromônios. Então, identificá-los seria a chave para decifrar seu papel em nossa vida social.

(Ivana Correa Ramos Leal, José Celestino Barros, Leandro Soter de Mariz Miranda - A Química do Amor)

publicado às 16:18

 

Os seres humanos têm usado a linguagem como sistema de comunicação por centenas de milhares de anos. A linguagem é uma tentativa de expressar o que se está vivenciando no cérebro. No entanto, por mais rica que ela seja, nunca poderá expressar inteiramente o que está acontecendo dentro do cérebro. Por isso, as pessoas não compreendem umas às outras e, como resultado, ocorrem perdas.
O engano na comunicação faz perder dinheiro no trabalho. Na escola, custa o futuro de muitas crianças, ou seja, o nosso futuro. O engano na comunicação com a família e amigos custa amor e satisfação. O engano consigo mesmo custa seu sucesso, felicidade e prosperidade. Quase tudo de indesejável poderia ser evitado se tão-somente pudéssemos nos comunicar eficazmente.
Vamos começar com a comunicação interior, isto é, a sua comunicação consigo mesmo. Neste caso, a linguagem que usamos é de fundamental importância para conseguirmos o que desejamos. Infelizmente, mais de 95% da população do mundo possuem uma “conversa negativa”. Mostrou-se que até a idade de oito anos ouvimos mais de 1000.000 vezes a palavra “não”. Nosso cérebro é condicionado à conversa negativa. Por isso, nos condicionamos a enfocar mais o que “não” queremos do que o que desejamos. Por exemplo, em vez de dizer a mim mesmo “Eu quero ter sucesso”, eu digo “Eu não quero falhar” ou, em vez de dizer “Eu quero ser magro”, eu digo “Eu não quero ser gordo”. O subconsciente é muito direto e sempre pega o atalho. Vamos experimentar um exemplo, com você mesmo: antes de continuar lendo, levante a sua mão direita. Agora. Levantou? Se você estivesse hipnotizado, você levantaria somente a mão, e não a mão e o antebraço, como você provavelmente fez. O inconsciente vai direto ao assunto. O assunto de uma frase negativa não é o não. Então, ele omite os “nãos”. Por exemplo, não pense na cor vermelha!!! Não pense numa maçã!!! Como você já percebeu, já é muito tarde. Mesmo sublinhando o “não pense”, você certamente pensou no vermelho e na maçã. Talvez, até mesmo, numa maçã vermelha! O mesmo acontece quando do você diz “Eu não quero falhar”: O subconsciente registrará “falhar” e você, sem perceber, está fazendo tudo para falhar.

Concentrar-se no que você não quer, em vez de concentrar-se no que você quer, é como dirigir um carro olhando pelo retrovisor.

Enfocar o que você não quer, em vez do que você quer, é como dirigir um carro olhando no espelho retrovisor. Você sabe de onde está vindo mas não sabe para onde está indo! Assim, uma maneira de melhorar nossa existência neste planeta é aprender a usar melhor a linguagem quando dialogamos com nós mesmos, usando esta voz atrás de nossas cabeças. Que voz? Esta que está perguntando “Que voz”.
Mudando a autocomunicação podemos mudar a representação interna e, portanto, o estado emocional em que nos encontramos.

(Lair Ribeiro - O Sucesso não acontece por acaso)

publicado às 21:37


Coitadas das Mulheres!

por Thynus, em 23.08.13
A noção de ideologia veio mostrar que as teorias e os sistemas filosóficos ou
científicos, aparentemente rigorosos e verdadeiros, escondiam a realidade social,
econômica e política, e que a razão, em lugar de ser a busca e o conhecimento da
verdade, poderia ser um poderoso instrumento de dissimulação da realidade, a
serviço da exploração e da dominação dos homens sobre seus semelhantes. A
razão seria um instrumento da falsificação da realidade e de produção de ilusões
pelas quais uma parte do gênero humano se deixa oprimir pela outra.
(Marilena Chaui - Convite à Filosofia)
 
Quem domina o sexo de uma pessoa, domina a pessoa inteira
 
As mulheres sempre foram um grande problema na vida dos "machos": ou salvam, ou destroem. A história nos mostra que não há meio-termo. Ora, tratando-se de ideologia do poder e do poder que é exclusivamente dos machos, é evidente que a "fêmea" devia sempre estar rebaixada e enjaulada.
É por isso que por milhares de anos ela teve que ficar dentro de casa, longe da escola e das repartições públicas. Foi depois da II Guerra Mundial que o feminismo surgiu. Surgiu? Só em alguns países e parcialmente. O instinto do macho não confia na mulher. Mesmo quando diz que a ama, sabe-se que é um amor interessado, ou é pura atração sexual.
E com os eclesiásticos deu-se a mesma coisa — diferentemente, muito diferentemente, do Mestre Jesus. Aliás, pelo que eu sei, só dois homens aceitaram as mulheres ao seu lado professando-lhes respeito, afeto e estima: o faraó Akhenaton, que fez questão que Nefertite sempre estivesse ao seu lado, sobretudo na pequena escola de filosofia que ele fundou; e Jesus Cristo, que fez questão de ser acompanhado nas Suas viagens apostólicas por um pequeno grupo de mulheres que o ajudava.
Jesus era grande amigo de Marta e de Maria, em cuja casa costumava descansar, e de muitas outras que são apenas lembradas.
Mas os "vigários" de Cristo se tivessem tido autoridade suficiente teriam feito das mulheres outras tantas dependentes.
E o primeiro que escreveu quanto é perigoso a mulher, dentro da ideologia do poder, foi o bispo Clemente romano, que lá pelo ano de 95 d.C, nos deixou escrito: "Nós eclesiásticos não vivemos com mulheres e nada temos a ver com elas; não comemos e não bebemos com elas e não dormimos lá onde elas dormem". (Cap. I); "aliás, não pode haver nem mesmo uma mulher, lá onde nós passamos a noite; seja ela pagã ou cristã" (cap. II).
Não se trata só de subentender que a mulher é um perigo, sempre; trata-se de afirmar um estilo de vida superior que deve ser típico de qualquer chefe de cristãos: por acaso, não devem os cristãos formar um exército disciplinado e obediente aos seus chefes -como o exército romano?
Ora, os chefes dos cristãos são os "presbíteros" (anciãos) e o presbiterado ê um "status superior uma posição hierárquica superior, pois são eles que mandam. Assim Clemente romano.
Mais tarde encontramos o bispo de Roma, Sotero (166-175), que tendo entendido muito bem a ideologia do poder, apercebeu-se que este poder estava sendo ameaçado justamente lá onde estava o seu centro: o altar.
Eis, então, que escreve: "Fomos informados que há entre nós mulheres consagradas a Deus que têm tocado nos vasos sagrados e nas vestes sagradas. Ora, tal conduta merece desaprovação e censura. Portanto, ordenamos que essas mulheres acabem de agir assim e que vós impeçais que essa praga se propague por todas as províncias". (I. Raming; "Der Auss-chluss der Fran vom priestlichen Amt"; 1973; pág. 9).
Já pensou o leitor? As freiras começam acariciando as sagradas vestes sacerdotais... E acabam no altar! Ora, a história das religiões nos ensina que o altar sempre foi o lugar exclusivo dos machos desde que os homens se entenderam como gente! (W. Schmidt; "Die Mythologie der austronesischen Voíker"; Vien; 1909; introdução. Ver também: M. Eliades: "Histoire des croyances et des Idées religienses"; Payot; Paris; 1976; todo o I volume).
Agora o que mais choca nesta carta de Sotero (que alguns historiadores dizem que parece mais tardia) é o fato de dizer que.este abuso é "praga". As mulheres que vestem de carne humana uma alma, formando assim um ser humano, não podem mexer nas vestes litúrgicas... É muita incompreensão eclesiástica!
O bispo Sisto H (25 7-258) pede que o homem que é revestido de poder não deve ser levado por nenhuma emoção no trato com as mulheres e até com sua esposa: "aquele que ama apaixonadamente a sua esposa é adúltero". Mas o pior é que Sto. Tomás de Aquino repete a mesma idiotice na "Summa Theologica" (n/11; pg. 54; a. 8).
Mais tarde, o bispo de Roma Leão Magno (440-461) na carta 14°, c. 4, exige que diáconos e subdiáconos que por acaso tivessem uma esposa, vivessem com ela como se ela não existisse. O que é isto? Ele explica na carta l67°, n°3:"para que transformem seu casamento carnal em casamento espiritual; devem possuir suas esposas como se as não possuíssem, de modo que o amor conjugal seja preservado, mas o ato conjugal seja interrompido".
Que besteira é essa? Leão Magno explica no sermão 22°, 3: “todo ato conjugal é pecado”. Gregório Magno retomará esta idéia escrevendo ao bispo Agostinho da Inglaterra. (Cfr.: "Responsum Gregorii").
A conseqüência é lógica - o grito dos bispos de Roma: "Oh vós todos que compartilhais da ideologia do poder eclesiástico, afastai essas mulheres para que não roubem o nosso poder!”
É por isso que o bispo de Roma Gelásio [422-496] considerava o serviço das mulheres no altar como um grande perigo para o sacerdote. Escrevia ele: “Conforme descobrimos, para a nossa raiva, os sacerdotes são tão idiotas que até deixam que as mulheres sirvam no santo altar de modo que aquilo que somente o homem pode fazer, agora, ouço dizer que também as mulheres têm o direito de fazer”.
Em 658 o sínodo de Nates retomou e reforçou as palavras do papa Gelásio, proibindo terminantemente a mulher no altar.
Pouco mais tarde, temos o papa Gregório Magno (590-604) que confirmou Gelásio.
Mulher menstruada sempre foi e ainda é na maioria dos lugares deste planeta o grande problema de qualquer cultura. Os primeiros cristãos proibiam que as mulheres menstruadas recebessem a Eucaristia.
O patriarca Dionísio de Alexandria, por exemplo, no ano de 260, dizia que seria um despropósito dar a santa hóstia a uma mulher menstruada.
Em Roma e em outros lugares, era a mesma coisa, "porque a menstruação decorre do pecado" (décima resposta ao bispo Agostinho da Inglaterra, de Gregório Magno).
O mesmo Gregório Magno nos "Diálogos" (IV, 11) exige que uma vez ordenados "os padres guardem suas esposas como se fossem irmãs e se acautelassem com elas como se fossem inimigas".
Gregório certa vez escreveu uma carta (Ep. 60a) aos bispos de seu patriarcado para que afastassem de sua convivência não só as parentas, mas também suas mães: "Os eclesiásticos não devem permitir que nem mesmo a mãe, a irmã, ou a tia, vivam em casa com eles porque já tem acontecido atos de incestos".
Mas não era o incesto que preocupava numa época em que eram raríssimos os eclesiásticos que não tinham amantes! O que preocupava era o fato de um possível domínio da mulher sobre o sacerdote.
O primeiro passo da ideologia do poder eclesiástico é dominar a mulher para que ela não domine o homem. O segundo passo é dominar o sexo, pois, dominando o sexo domina-se tanto a mulher como o homem; ou seja, o casal. (Sem contar que quem domina o sexo de uma pessoa, domina a pessoa toda!!!).
No célebre "Responsum Gregpri rii ".Gregório Magno trata com extensão sobre o tempo o modo e as circunstâncias do ato sexual entre marido e mulher (note-se bem: casados legalmente!) e afirma de vez: "O prazer sexual nunca ocorre sem pecado".
Observe-se que esta sentença durou até pouco tempo atrás quando, no século passado, Santo Afonso de Ligório afirmava, num primeiro tempo, que o ato sexual com a esposa menstruada era pecado mortal e, anos mais tarde, que era, pelo menos, um pecado venial.
O tema do pecado, seja mortal ou venial, está sempre ligado ao chamado "poder das chaves", pois só o sacerdote tem o poder de perdoar. (Com efeito, estas "chaves" estão no bolso dos eclesiásticos!).
Mulher, sexo, pecado, inferno serviram muito bem para construir e sustentar a ideologia do poder eclesiástico dos bispos de Roma: uma ideologia que será muito difícil mudar...
Veja João Paulo II proibindo definitivamente o sacerdócio das mulheres... Como se o fato religioso fosse subordinado ao fator biológico! São exigências da ideologia do poder eclesiástico.

(Carlo Bússola - A História dos Papas. A verdade sobre a origem da Igreja Romana)

publicado às 21:19

 

Para a mulher, ir a um shopping é uma atividade lúdica. O objetivo principal é "bater perna", espairecer vendo vitrines e experimentando roupas. Fazer compras é quase secundário, por mais prazer que lhe dê.
O homem é caçador: ele tem objetivo determinado e prazo certo. O shopping para ele é local onde busca algo específico
O vestuário masculino reflete a organização cerebral do homem - previsível, conservador, de acordo com a finalidade. De modo geral, homem bem-vestido, com guarda-roupa variado, das duas uma: foi uma mulher quem escolheu suas roupas ou é gay. Um em cada oito homens é capaz de combinar padrões e modelos, o que facilita identificar um homem solteiro.
Por tudo isso, um conselho às mulheres: quando forem fazer do shopping seu parque de diversões, convidem uma amiga e poupem o parceiro. É respeitando amorosamente as diferenças que se constrói a felicidade conjugal.

(Allam e Barbara Pease - "POR QUE Os Homens Fazem Sexo E as Mulheres Fazem Amor?")

publicado às 14:38


OS HORMÔNIOS EM AÇÃO

por Thynus, em 22.08.13

 

Pesquisas demonstram que o padrão básico de formação do corpo e do cérebro do feto da espécie humana é feminino. Disso resultam algumas características femininas sem função encontradas nos homens - mamilos, por exemplo. Eles têm também glândulas mamarias que não entram em funcionamento, mas conservam a capacidade de produzir leite.
Conforme já dissemos, entre seis e oito semanas depois da concepção o feto do sexo masculino (XY) recebe uma dose maciça de hormônios chamados androgênios que, primeiro, formam os testículos e, num segundo momento, alteram o cérebro de um formato feminino para uma configuração masculina. Quando esse feto não recebe na época certa a quantidade suficiente de hormônio, duas coisas podem acontecer. Primeiro, nascer um menino com o cérebro estruturalmente mais feminino que masculino e que provavelmente vai se descobrir gay na adolescência. Segundo, um bebê geneticamente do sexo masculino, com os genitais correspondentes e o funcionamento do cérebro inteiramente feminino - um transexual. Biologicamente tem um sexo, mas sabe que pertence ao outro. Às vezes, o bebê geneticamente masculino nasce com genitais de ambos os sexos. A geneticista Anne Moir, em seu revolucionário livro Brainsex, apresenta muitos casos de bebês geneticamente masculinos que, ao nascer, pareciam meninas e foram criados como tal até que, na puberdade, o pênis e os testículos "apareceram".
Essa particularidade genética foi descoberta na República Dominicana, e um estudo com os pais dessas "garotinhas" mostra que foram criadas como meninas e estimuladas a adotar comportamentos estereotipados, como usar vestido e brincar de boneca. Muitos desses pais ficaram chocados ao descobrir que tinham um filho.
Na puberdade, os hormônios do verdadeiro sexo passaram a predominar e suas "filhas", de repente, tinham pênis, aparência e atitudes tipicamente masculinas. A mudança aconteceu apesar do condicionamento e pressões sociais para um comportamento feminino. O fato de a maioria dessas "meninas" cumprir bem o papel masculino pelo resto de suas vidas demonstra que o ambiente e a educação tiveram pouca influência. A biologia foi, claramente, fator-chave na criação do padrão de comportamento.

(Allam e Barbara Pease - "POR QUE Os Homens Fazem Sexo E as Mulheres Fazem Amor?") 

publicado às 14:38

Duas constatações: o homossexualismo é principalmente inato e o ambiente exerce um papel muito menos importante do que se pensava na determinação do nosso comportamento sexual.

A geneticista Anne Moir apareceu na televisão britânica em 1991 e revelou os resultados de sua pesquisa, que confirmaram o que os cientistas já sabiam há anos: a homossexualidade é genética, não depende de escolha.
Cientistas comprovaram que os esforços dos pais para sufocar as tendências homossexuais de seus filhos não adiantam praticamente nada. E como o principal responsável é o impacto (ou a falta) do hormônio masculino sobre o cérebro, " os homossexuais, em sua maioria, são homens.
Para cada lésbica (corpo de mulher e cérebro masculino), existem de oito a dez homens gays. Se houvesse maior divulgação das pesquisas e conclusões, os homossexuais e transexuais teriam uma vida bem mais tranqüila. A maioria das pessoas tolera melhor quem possui características inatas do que quem, em sua opinião, fez uma escolha que lhes parece inaceitável.
Infelizmente, estatísticas demonstram que, entre os adolescentes suicidas, 30 por cento são gays e lésbicas. Um em cada três transexuais comete suicídio.
Um estudo da educação desses jovens concluiu que foram criados em famílias ou comunidades altamente preconceituosas, que pregavam o ódio e a rejeição aos homossexuais, ou em religiões que tentavam "salvá-los" com orações ou terapia.

(Allam e Barbara Pease - "POR QUE Os Homens Fazem Sexo E as Mulheres Fazem Amor?")  

publicado às 14:37



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