"Na Grécia antiga, o homossexualismo masculino era não só permitido como altamente respeitado. O cristianismo veio condenar o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo, fazendo com que o homossexualismo fosse banido. Na era vitoriana, até a existência da homossexualidade era negada. Se descoberta, era considerada obra do diabo e punida com severidade. Mesmo às portas do século XXI, as gerações mais antigas ainda acreditam que o homossexualismo seja um fenómeno "antinatural"." (Allam e Barbara Pease) O mesmo defendem confissões religiosas. Em dezembro do ano passado, o cardeal mexicano Javier Lozano Barragan disse que os homossexuais “
nunca entrarão no reino dos céus” e que “não se nasce homossexual, mas torna-se um”. Mais recentemente Silas Malafaia (pastor evangélico) declarou: “a homossexualidade é uma rebelião consciente contra o que Deus estabeleceu na Criação. A Bíblia diz que Deus criou o ser humano como macho e fêmea, e em seguida instituiu o casamento heterossexual e a família... A homossexualidade é, antes de tudo, uma questão de comportamento, de preferência. É uma conduta aprendida ou induzida. Psicólogos e psiquiatras são unânimes em afirmar que o fator mais importante para uma criança decidir sua preferência sexual é a maneira como ela é criada.” Em 2010 o mesmo pastor Malafaia, da Igreja Evangélica Assembleia de Deus, optou por veicular através de 600 outdoors, no Rio de Janeiro, a seguinte mensagem homofóbica: “Em favor da família e preservação da espécie. Deus fez macho e fêmea”.

Actualmente todos os médicos e psicólogos estão de acordo em considerar a homossexualidade “natural”. Não é portanto um distúrbio psicológico, mas uma variante normal do comportamento sexual humano.
As teses mais modernas e atendíveis retêm a homossexualidade inata, portanto independente de factores ambientais e educativos. As explicações que a atribuem a “traumas infantis” ou à “ausência de um dos genitores” são consideradas ridículas e carentes de qualquer fundamento.
"Infelizmente, estatísticas demonstram que, entre os adolescentes suicidas, 30 por cento são gays e lésbicas. Um em cada três transexuais comete suicídio. Um estudo da educação desses jovens concluiu que foram criados em famílias ou comunidades altamente preconceituosas, que pregavam o ódio e a rejeição aos homossexuais, ou em religiões que tentavam "salvá-los" com orações ou terapia" (Allam e Barbara Pease)
O pesquisador Jacques Balthazart, da Universidade de Liège (Bélgica), retomou a polêmica tese sobre o “gene gay”. O seu estudo, intitulado “Biologia da homossexualidade: gay nasce, não escolhe ser”, sugere que alterações hormonais durante a vida embrionária podem determinar mudanças no comportamento sexual do indivíduo.
Balthazart disse que o efeito da sua pesquisa ajudará a encarar o homossexualismo como natural: “Se a homossexualidade não é um defeito, uma perversão ou uma escolha, não há motivo para perseguir os homossexuais”, afirmou o pesquisador, cuja tese contraria a posição religiosa sobre o tema.
Muitos homossexuais hoje escolhem de viver abertamente a sua homossexualidade, não fazendo dela um mistério e sentindo-se orgulhosos de si. No entanto a homossexualidade é ainda objecto de fortes preconceitos na nossa sociedade. O homossexual normalmente tem medo de expor-se por temor de ser objecto de chacota, insultos, de ser rejeitado e marginalizado. Compete a todos nós, gays, lésbicas, e, sobretudo, heterossexuais difundir uma cultura de respeito mútuo e defender a visibilidade.
"Tal como os heterossexuais, gays e lésbicas não escolhem a sua orientação sexual. Cientistas e a maioria dos especialistas em sexualidade humana concordam: o homossexualismo é definitivo. Pesquisadores acreditam que a orientação sexual é quase completamente determinada ainda na vida intra-uterina, confirmada por volta dos cinco anos de idade e é incontrolável. Durante séculos foram empregadas as mais variadas técnicas para tentar livrar as "vítimas" de tendências homossexuais, desde a extirpação das mamas até à psicoterapia e ao exorcismo. Nenhuma deu certo. O máximo que se conseguiu foi fazer com que alguns bissexuais só mantivessem relações com o sexo oposto, forçar alguns homossexuais à solidão e levar muitos deles ao suicídio.
Pesquisas confirmam o que os cientistas sabem mas não ousam discutir: com uma simples injeção de hormônio no momento certo é possível controlar o sexo do cérebro e determinar a sexualidade do feto. Mas isso levantaria uma série de questões morais, éticas e humanas - com toda a razão" (Allam e Barbara Pease).
Homofobia significa medo do homossexual. Mas o termo homofobia não é um termo satisfatório, enquanto focaliza a atenção sobretudo sobre as causas individuais, "irracionais", transcurando as componentes culturais e as raízes sociais da intolerância e portanto mais assimiláveis ao racismo, à xenofobia, à misoginia, etc.
Como o racista, o homófobo normalmente está ligado a um sistema codificado de crenças que retém de dever defender da ameaça de sujeitos que considera perigosos. A nível sociocultural, a homofobia pode ser definida como "um sistema de crenças e estereótipos que torna justificável e plausível a discriminação com base na orientação sexual; o uso de uma linguagem ou slogan ofensivo nos confrontos das pessoas gays; qualquer sistema de crenças que desvaloriza os estilos de vida homossexuais em confronto com os heterossexuais".
"Se durante o início da gestação de um feto do sexo masculino ocorrer uma baixa de testosterona, as chances de nascer um menino gay aumentam incrivelmente, já que os hormónios femininos é que vão configurar o cérebro.
Estudos feitos na Alemanha nos anos 70 demonstram que mães que passam por situações de stress durante o início da gravidez têm possibilidades seis vezes maiores de gerar um filho gay. Principalmente o stress causado por problemas emocionais e certas doenças faz cair o nível de testosterona, assim como alguns medicamentos que baixam esse nível. Da mesma forma o álcool e a nicotina têm efeitos nocivos, enquanto que uma dieta adequada e uma vida tranqüila só podem trazer benefícios. Todas essas afirmações são feitas com base em pesquisas efetuadas em vários centros de ciência no mundo" (Allam e Barbara Pease).