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Arn, O CAVALEIRO TEMPLÁRIO

por Thynus, em 06.12.10
Várias são as novelas escritas nos últimos trinta anos que narram a época obscura e ao mesmo tempo dourada do período medieval. Junto com ‘Os Pilares da Terra’, de Ken Follett; ‘O Nome da Rosa’, de Umberto Eco e a trilogia de Noah Gordon sobre a família Cole, cuja primeira parte ‘O Médico’ constitui o expoente ideal deste sub-género da novela histórica; apareceu no fim do século XX uma dessas novelas que eriçam a pele dos leitores quando avançam no argumento da mesma. Trata-se, sem dúvida, da ‘Trilogía das Cruzadas’, que Jan Oscar Sverre Lucien Henri Guillou (1944) começou a escrever em 1998. Em apenas um ano o aclamado escritor sueco conseguiu publicar o primeiro tomo das aventuras de Arn, seu personagem central, que o dotou de uma fama internacional de que não gozava até esse momento. Este trio literário narra de modo detalhado e exaustivo as vivências e crenças da sociedade européia medieval em pleno século XII. ‘O Caminho para Jerusalém’ (1998), ‘O Cavaleiro Templário’ (1999) e ‘O Reino no Final do Caminho’ (2000) constituem a saga sobre as Cruzadas, onde Guillou consegue prender o leitor de capítulo em capítulo através de um excelente híbrido entre ficção e realidade histórica, que além disso é amplamente aplicável à situação política mundial actual.

A história começa quando no ano da graça de 1150 nasce na terra de Götaland Occidental (Suecia) Arn Magnusson, filho de duas importantes estirpes aparentadas com as linhagens norueguesa e suecos. Educado pelos monges, em cumprimento de uma promessa feita por seus pais ainda quando menino. É aí no mosteiro que ele desenvolve as suas habilidades de luta, tornando-se um guerreiro exímio. Porém, ao sair do mosteiro, enamora-se de Cecília que já está prometida a um jovem do clan Sverkare. Cecília também se enamora por Arn e, incapazes de reprimir o fogo da paixão carnal, ele engravida Cecília que, entretanto, conta a sua irmã o sucedido e esta, incapaz de guardar segredo, inventa outras mentiras sobre Arn e leva-as à abadessa do convento onde Cecília vivia. Cecília y Arn são julgados e condenados a vinte anos de penitência, ela no convento e ele nas Cruzadas. O filho de Cecília é-lhe tirado, indo viver com a família de Arn. Ao sair do convento, Cecília vai viver com a rainha, com quem travou conhecimento no convento. Arn é condenado a servir a causa cristã na Terra Santa como cavaleiro da Ordem do Templo, então sob o poder europeu, mas ameaçada pelos ataques do sultão muçulmano Saladino. Arn terá que defender os reinos francos do império árabe, ao mesmo tempo que enfrenta uma luta interior pelo desejo de regressar à pátria e aos braços de sua amada.

Arn, nas cruzadas vê a suas habilidades reconhecidas. Depois de grandes feitos, ao chegar a sua hora de regressar, é levado a participar numa última batalha, em que cai na posse do inimigo, mas é libertado e vai, finalmente, ao encontro de Cecília e de seu filho. Pouco tempo, contudo, leva nessa vida de tranquilidade, pois o clan Sverkare declara guerra ao seu povo, y Arn conduz os seus homens à batalha, de que sai vitorioso, perdendo, no entanto, a vida. Morre nos braços de Cecília apertando uma cruz cristã na sua mão esquerda.

O Filme tem a intenção de contar a luta de um povo pela sua autonomia, e, de acordo com elogio fúnebre, no final do filme, Arn teria sido um cavaleiro templário que, com sua vida e experiência, contribuiu decisivamente para o surgimento da Suécia como país livre e pacífico.

Título original: Arn, the Knight Templar
Direção: Peter Flinth
Roteiro: Hans Gunnarsson e Jan Guillou (livro)
Elenco original: Joakim Nätterqvist, Sofia Helin, Vincent Perez, Simon Callow, Bibi Andersson, Steven Waddington
Ano: 2007
Género: ação, épico
Idioma original: sueco, inglês, árabe

publicado às 13:31

A nova presidente do Brasil Dilma Rousseff prepara-se para assumir a pesada herança de Lula, capaz de alterar o Estado verde-amarelo, e fazê-lo tornar-se uma grande potência mundial. O compromisso que a nova presidente quer tomar com o país é ambicioso, mas também um imperativo: erradicar a pobreza e dar a todos uma oportunidade de promoção social. Os primeiros pontos a serem abordados serão o combate à desnutrição, com um programa alimentar que pode matar o problema da fome, ainda presente num país que é um candidato a se tornar um dos motores económicos do planeta; depois, não menos urgente, o problema habitacional com a maioria dos pobres que vivem em favelas insuportáveis para um país civilizado, um propósito duplo, porque permite combater o alto índice de doenças endêmicas que se propagam destas aldeias à margem da sociedade . Os sociólogos estão olhando com atenção para a evolução política da nova presidente e como saberá combinar as promessas de uma nova coesão social num estado rico não apenas economicamente, mas, acima de tudo,de disparidades sociais e econômicas. Trata-se de operar uma redistribuição da riqueza com as classes mais baixas, sabendo envolver toda a sociedade brasileira num processo compartilhado de auto-transformação. Será interessante ver a reação das classes dominantes a quem será inevitavelmente pedido para abdicar de receitas em troca de paz social, mas a quem será dada uma nova chave para obter ganhos através de economias éticas e sustentáveis, que certamente aumentarão graças a subsídios do governo. Se o novo modelo, porque inevitavelmente deverá ser novo, for bem-sucedido, o Brasil será um sério candidato a líder dos países em desenvolvimento exportando um sistema social que será capaz de assegurar um bem-estar sustentável, tanto econômica como socialmente, e poderá mesmo ser um País líder na exportação da democracia em todo o globo de forma suave e sem armas.

publicado às 13:30


Perto de Casa (POINT OF ENTRY)

por Thynus, em 06.12.10
Kathy (Holly Marie Combs) e Richard Alden são um casal que, atemorizados por um crime violento de que foram vítimas, resolveram mudar-se com o filho Sam para uma casa localizada numa área residencial dotada com todas as formas de proteção e acesso controlado. É uma casa confortável que traz felicidade à família, pelo menos inicialmente,de tal modo que ficam muito contentes em conhecer o seu novo vizinho, que recentemente se tinha divorciado. Mas logo o casal descobre que o homem não é tão simpático e bem disposto como parecia, mas sim um psicopata camuflado de escritor. O ninho de segurança rapidamente transforma-se numa armadilha muito perigosa. Descobrem que esse homem faz coisas estranhas em sua casa, entre as quais desenhos num álbum que inclui todas as vítimas de que o psicopata é culpável e entre eles está Kathy, de quem, no decorrer do filme, se aproxima de forma estranha e, quando encurralado, declara o seu "amor" por ela, tal e qual como fazia com as outras mulheres que foram mortas. Porém, no fim, a mulher consegue salvar-se a si mesma, bem como ao marido, matando em legítima defesa o assassino.

Ficha Artística:
DIRECTOR: Stephen Bridgewater
GUIÃO: Nathan Atkins
INTÉRPRETES:
Felix J. Boyle
Holly Marie Combs
Patrick Muldoon
Sandi Craig
TÍTULO ORIGINAL: Point of Entry
ANO: 2007
GÉNERO: drama

publicado às 13:28

- "Carrie, não comeste a torta de maçã.
- Faz-me nascer furúnculos, mamã...
- É o meio que o Senhor utiliza para fazer-te casta."

(Conversa entre a mãe Margaret e a filha Carrie)

Todos aqueles que são admiradores de Brian De Palma, genial director de “Vestida para Matar”, não podem perder este exemplo magnífico de “teen horror movie”, inspirado no primeiro romance de Stephen King, que deu fama ao “rei da emoção”. É a história de Carrie White, interpretada pela jovem Sissy Spacek, uma adolescente tímida e estranha, crescida carregada de complexos junto de uma mãe religiosa fanática, ridicularizada pelas colegas de escola hipócritas e malignas. Uma delas, aproveitando o facto de Carrie ter sido convidada para o baile pelo namorado de Susy (que só quer que ela se encaixe no grupo), organiza um escárnio final trágico. Mas a fúria vingativa não tardará a manifestar-se: Carrie é telecinética e pode mover objetos e pessoas com o poder do pensamento ... todos na sala perecem num incêndio monstruoso, mas a noite de terror ainda não acabou...
De Palma coloca em questão temáticas que não podem deixar indiferentes os espectadores adolescentes e que os afectam diretamente: a intemperança, a inconsciência, a solidão, a irreflexão encontrada, a falta de compreensão de uma mãe fixa em valores antiquados, a angústia, a perda da razão, a relação com uma religião vista como um fardo a que não se pode escapar a fim de permanecer livre do sentimento de culpa. Tudo num belo exercício de estilo em que o diretor, além de experimentar técnicas de reposição de imagem como a de dividir a tela em duas partes de modo a que possamos observar duas ações contemporaneamente, nos dá um ícone remarcado no imaginário coletivo: Carrie (Sissy Spacek), primeiro radiante porque finalmente aceite por seus pares, imediatamente encontra-se vagando coberta de sangue rançoso como um ser disforme e estranho (com aqueles olhos quase a sair das suas órbitas!) depois de ter matado dezenas de pessoas que se divertiam (incluindo John Travolta, literalmente "varrido" no seu carro como criador da maquinação).
A cena da coroação e o posterior bom êxito da da brincadeira de mau gosto é uma seqüência mãe de grande impacto emocional, comovente, surpreendente, original, acompanhada pela música fascinante de Pino Donaggio e sempre rigorosamente em câmera lenta. Sem deixar de mencionar a 'psicopata' Piper Laurie que se quer libertar da filha, ignorando completamente o seu pedido de afecto depois da ruína de um sonho que se estava tornando realidade, mas que era 'proibido': antes de sucumbir aos golpes da menina, que obviamente se defendeu da punição da mãe, contorce-se num rumoroso orgasmo e fica crucificada com uma expressão angélica como um Cristo sobre a cruz.
"Carrie" é uma jóia de suspense e virtuosismo, o clássico filme de "choque" que hoje já ninguém tem a coragem de produzir. Talvez porque, ao contrário dos anos 70, falta originalidade.
Para ver e rever.

Direção: Brian De Palma
Roteiro: Lawrence D. Cohen
Elenco original:
Sissy Spacek
Piper Laurie
John Travolta
Amy Irving
Nancy Allen
Género: terror, suspense
Idioma original: inglês

publicado às 13:27

Um casal, ela professora e ele aspirante a escritor, tenta desesperadamente ter um filho. Os problemas de esterilidade parecem insuperáveis até que um médico recomenda-os a uma clínica privada ao lado de um belo lago. Para o casal é a realização de todos os sonhos: no curto espaço de poucos dias, ela descobre que está grávida e ele consegue vender o seu livro a uma editora. A vida muda rapidamente para o casal que escolheu mudar-se definitivamente para o lago para levar a bom termo a gestação importante.
Os problemas começam quando alguém descobre as ligações entre a clínica e um instituto especializado em clonagens preparado para experimentos com relíquias e sangue demoníacos. Rapidamente a mulher compreenderá que na sua gravidez há algo de demoníaco.
O filme trata de um tema relevante dos nossos dias: as experiências com códigos genéticos e a geração de vida de forma artificial.

Direção: Simon Fellows.

Actores: David Hemmings , Heather Graham, James Purefoy, Stella Stevens .

Género: dramático.

Ano de produção: 2004.

O filme foi rodado em Bucareste (Roménia) e foi dedicado à memória de David Hemmings, que morreu na rodagem do filme, em 03 de Dezembro de 2003.

publicado às 13:26

“O livro que a tua igreja não te faria jamais ler” aborda de forma honesta e corajosa a questão mais polêmica de todos os tempos: a religião. Entre as suas páginas, as contribuições de teólogos, historiadores e pesquisadores independentes revelam mistificações, lançam luz sobre antigas crenças e confrontam o lado obscuro da fé confrontando argumentos que escalões superiores de todas as confissões religiosas tentam esconder do conhecimento das pessoas.
Uma leitura chocante que, página após página, põe em causa os dogmas que sustentam as principais religiões do mundo e, como no caso das acusações de pedofilia caídas sobre vários representantes do catolicismo, enfrenta os escândalos que envolveram altos prelados desafiando preconceitos e clichês.
Desde as origens judaicas do islamismo ao mistério de Maria Madalena, dos massacres realizados pelos cruzados na Europa e no Oriente Médio aos genocídios perpetrados pelos seguidores de Maomé, “O livro que a tua igreja não te faria jamais ler” é, ao mesmo tempo, uma rigorosa contra-história das religiões e um convite a nunca deixar de pensar com a própria cabeça.
Se pensarmos no escândalo da Igreja na Idade Média com o poder temporal dos Papas, os seus escândalos com as mulheres, se pensarmos no fanatismo do Islão e noutras práticas religiosas repulsivas, podemos dizer que este livro conseguiu os seus objectivos: retirar o véu que encobre a falsidade das religiões.

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publicado às 13:24

Enquanto a Igreja ainda está marcada por numerosos escândalos – dos sexuais aos financeiros - Bento XVI tenta mandar para canto essas questões. Lança acusações ao extremismo secular e ao ateísmo. E fala dos nazistas. Que não eram tão ateus como isso.
Durante a última visita à Grã-Bretanha, o Papa Bento XVI começou a admitir uma certa responsabilidade, ainda que mínima - pelo menos moral - de seu magistério, sobre o silêncio doentio por tantos escândalos a começar com os abusos sexuais de crianças - que tiveram nos últimos anos por protagonistas muitos homens da Igreja. O Papa reconheceu publicamente que a Igreja Católica não agiu "rapidamente" nos casos de abusos. Um primeiro ato de sincero arrependimento e contrição cristã?
Talvez sim, mas provavelmente não. Na verdade, o próprio Ratzinger também tentou mudar o assunto lembrando que os verdadeiros inimigos da Igreja hoje são o secularismo e o ateísmo. Evidentemente, muito mais que certos prelados com o "viciozito" da pedofilia. O Papa falou do "extremismo secular" e, em seguida, para ficar seguro de não falhar o golpe, inscreveu no rol dos “sem Deus” o partido nazista de Adolf Hitler. Um raciocínio que se baseia no seguinte paradoxo trivial: os nazistas eram ateus, ergo os ateus e os leigos são todos nazistas.

"Recebemos novos uniformes e marchamos para Traunstein cantando canções de guerra, talvez para mostrar à população  que o Führer dispunha ainda de soldados jovens e recentemente  treinados..."                                       
(Joseph Ratzinger, La mia vita, edizioni San Paolo, pag.34-35).

 



Pelos vistos o homem anda falho de memória!

publicado às 13:23


Igreja e Pedofilia

por Thynus, em 06.12.10

Uma longa história milenária de abusos pedófilos e de cobertura dos culpados. Episódios de violência "sexual" de crianças e adolescentes através de toda a história da Igreja Católica ao longo dos séculos. Protagonistas: padres, monges, freiras e também vários papas. É sobre esta realidade que traz nova luz “Igreja e Pedofilia” (Não deixe que as crianças vão para eles), do jornalista Frederico Tulli, publicado na sexta-feira, 26 de Outubro, na Itália, pela editora Asino d’oro.
Na longa viagem na qual o autor reconstrói desde a origem a história dos crimes, emerge aquela que foi uma verdadeira e própria legitimação cultural da pedofilia que afunda as suas raízes no logos ocidental e se propaga até aos nossos dias. Corroborada pelos resultados de inquéritos, denúncias, depoimentos, ensaios e entrevistas com especialistas, o estudo de Tulli oferece, pela primeira vez, uma visão geral dos escândalos que explodiram a partir de 2001 nos Estados Unidos até aos últimos acontecimentos que têm marcado a Europa entre 2009 e 2010, questionando-se sobre os motivos de uma explosão mediática sem precedentes suportada por uma forte indignação popular.

publicado às 13:22


Vatikanistan

por Thynus, em 06.12.10

Viagem na descoberta do menor (e mais poderoso) Estado do mundo.
Bento XVI tem um endereço de e-mail? O que faz exatamente todos os dias, o Papa? Porque a taxa de criminalidade é maior na cidade do Vaticano do que em São Paulo no Brasil? Para que serve um Cartório Notarial se dentro das Muralhas Leoninas existem mais solteiros do que em todo o Manhattan? E porque há também uma estação ferroviária, uma casa de tax free, mas apenas um canal de televisão e nenhum cinema? O que desencadeou a rivalidade subtil entre os guardas suíços e as forças policiais do vaticano? Alexander Smoltczyk responde a estas e a muitas outras perguntas sobre a vida na sombra de São Pedro, oferecendo informações práticas e interessantes cenas histórico-artísticas sobre o património do Estado da Igreja. O autor revela os hábitos e os aspectos menos conhecidos de quem vive no Vaticano, o dia típico do papa, o papel das mulheres entre as Muralhas Leoninas, a economia e as atividades laborais nos escritórios, as tendências da moda dentro da Cúria, os sistemas para esgueirar-se em lugares de difícil acesso, e até mesmo os mais quentes aspectos da vida sexual e emocional dos habitantes mais proeminentes da cidade pontifícia. Um 'breviário' laico, um testemunho directo sobre os segredos, os mistérios, as características especiais que tornam tão especial o Estado menor, mais rico e mais poderosos do mundo. "Na Comissão Teológica Internacional, o think-tank do Papa, existem apenas duas mulheres. De gestão exclusivamente feminina, além dos cuidados na residência papal, no Vaticano há apenas o call center."
Alexander Smoltczyk nascido em Berlim em 1958, depois de ter trabalhado para o "Die Taz", "Geo" e outras revistas, em 2007 tornou-se o correspondente em Roma do semanário "Der Spiegel". Recebeu vários prêmios pelos seus artigos, incluindo o prêmio-Henri Nannen pela reportagem da palestra proferida pelo Papa Bento XVI em Regensburg. Vive com a família nos arredores do Estado ponifício e tem a seu cuidado também, no sit do «Der Spiegel», o primeiro blog alemão dedicado a temas sobre o Vaticano: "Uups! Et orbi".

publicado às 13:21


O Diabo veste Prada? Não, o Papa

por Thynus, em 06.12.10

O papa não estava contando uma piada misturando fé, Deus e lugar fixo. Uma igreja que fala de Deus sem luta pelo direito ao trabalho não tem credibilidade. Mas o papa, deve notar-se, falava com seriedade. O fato é que ele, um homem que não sabe o que é a pobreza ea insegurança, fala sobre o trabalho e todos os problemas como aquele que vive noutro mundo, "no palácio"... De certos problemas não te apercebes até que pagas as contas da renda da casa, luz, gás, resíduos urbanos, aquecimento, limpeza, escadas, elevador, telefone, internet, celular ou telemóvel ... Apercebo-me que a grande maioria dos padres e frades vivem noutro mundo e depois dizem disparates porque falam sobre coisas de que não têm a menor idéia. São garantidos por uma multinacional do sagrado, se não forem desobedientes. Se tenho que pagar todos os meses 1140 € de despesas fixas (e a minha pensão não chega a metade) só para a casa e dependências que acabamos de mencionar, não faço as divagações do papa.
Viver a vida material concreta confere um jeito diferente de falar de Deus, da fé. Ora, se não tiveres um emprego, se um jovem não tem um futuro próximo, uma base para viver, o seu relacionamento com Deus pode ser varrido pelo desespero. Quem vive na riqueza, não pode entender a nossa vida. Com um equívoco espantoso: eles são os homens "espirituais" que lidam com as coisas elevadas, sublimes e angelicais. Nós, pessoas comuns que, até ao dia 5 de cada mês temos que pagar a renda, lidar com electricidade, gás ... (e, depois, comer e pagar ou os medicamentos ou o bilhete de transporte ...) somos considerados como seres atravessados por contradições materiais...
Como é estranha a nossa igreja... e, depois, vemos o Papa vestir Prada, etc.

publicado às 13:19



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