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De tudo e de nada, discorrendo com divagações pessoais ou reflexões de autores consagrados. Este deverá ser considerado um ficheiro divagante, sem preconceitos ou falsos pudores, sobre os assuntos mais variados, desmi(s)tificando verdades ou dogmas.
A solidão, apesar de oferecer ao homem inumeráveis oportunidades de amadurecer e tornar-se um sujeito autónomo, è frequentemente receptáculo de valências negativas. É uma condição desagradável, por vezes assustadora, que frequentemente se torna um inimigo de quem se deve fugir a qualquer custo. Tudo isto visto como o resultado de uma maneira de viver caótica agravada também pela herança bíblica, consequência das acções pecaminosas operadas pelo indivíduo: então Adão e Eva são expulsos do paraíso e são condenados a uma vida de sofrimento e de dor. A dor da perda, da separação. A solidão, portanto, existe antes do homem. O óvulo, no momento da fecundação, está só. Assumido o património genético do companheiro, as reacções físico-químicos do organismo separam o óvulo dos outros espermatozóides e isolam-no definitivamente da população celular materna. É um organismo estranho que conserva o eco da mãe e do pai. A própria fecundação é promotora de separação. A partir da décima quarta semana, o embrião, que se chamará feto, está perdido no oceano do ventre materno, está só. No futuro, o nascimento, o crescimento, o estado adulto re-evocam a solidão originária. Socialmente, então, reconhecemos com clareza a solidão. Pensemos nos milhões de crianças abandonadas no mundo que vagueiam sozinhas, sem una meta precisa. Os nossos velhos, quantos não são abandonados na cidade anónima? Quantas famílias, cada vez mais estranhos uns aos outros, vivem isoladas no horror da televisão.Quantos rapazes estão sós, na prisão dourada do seu Walkman. Quantas pessoas, "robotizadas" pelo trabalho, pela espada de Dâmocles do despedimento, pela desocupação, não são constrangidas a uma solidão forçada? O abandono e, portanto, a solidão, não poupa ninguém. O próprio Deus, sendo uno, está só.
O dia 30 de setembro do ano 1888 é para Nietzsche o último dia do Cristianismo e o primeiro de uma Nova Era. Foi o dia em que terminou de escrever este livro. A ausência da vontade de poder levará a nossa civilização à decadência de forma inexorável. A espécie humana busca a longevidade, o crescimento em número e em força. Todos estes valores humanos conduzem-nos ao vazio e à ausência de qualquer meta realmente importante. Não encontramos uma razão para a nossa existência mais além da própria biologia inerente em todos os animais que habitam este planeta azul. Nascemos, tratamos de viver o melhor possível, reproduzimo-nos e convertemo-nos em pó. O Deus Cristão é a devoção ao nada, unicamente promessas de um futuro melhor que ninguém conhece, que se encontra por detrás da morte, difíceis de revogar mas também árduas de crer. O Cristianismo mostra-nos um mundo infestado de mitos que nega e adultera todo o real. Tudo é etéreo e efémero na terra, ao passo que o eterno só chegará depois da morte. Segundo Nietsche Jesus viveu uma existência interiorizada, una religião pessoal e não compartida. Fala-nos de um Cristianismo cheio de ressentimento e vingança para com aqueles que não o compartilham. A religião que nós consideramos Cristã foi uma invenção do Apóstolo Paulo depois da morte de Jesus Cristo. O livro não teve praticamente nenhuma repercussão na sua época, unicamente foi estudado em alguns ambientes teológicos.
"O papa apoia o uso do preservativo apenas para a prostituição. Ratzinger insiste, porém, que "não é o caminho adequado para superar a propagação da SIDA". "Pode haver casos concretos em que está justificado o uso de preservativo." São palavras do Papa Bento XVI recolhidas no livro-entrevista a ser publicado na próxima terça-feira em todo o mundo e do qual o L'Osservatore Romano, o jornal do Vaticano, adiantou ontem algumas passagens. É a primeira vez na história da Igreja que um pontífice se abre ao uso do preservativo, mesmo que parcialmente, em algumas "singulares" circunstâncias. "Por exemplo, quando um(a) prostituto(a) usa um preservativo e este pode ser o primeiro passo em direção a uma moralização, um primeiro acto de responsabilidade para desenvolver novamente a consciência de que nem tudo é permitido e de que não se pode fazer tudo o que se quiser" especifica o papa alemão. "No entanto, esta não é a maneira apropriada e verdadeira para vencer o contágio da SIDA. Realmente, é precisa uma humanização da sexualidade", continua o Pontífice.
Bem, a Igreja já está dando o primeiro passo: admite, apenas para a prostituição, o uso do preservativo. Acabará rectificando totalmente, sob pena de continuar a perder a credibilidade. É que o sexo não se destina apenas à geração da prole. Tem a ver, e muito, com o estado psicossomático do casal onde estão em causa factores como intimidade, cumplicidade, equilíbrio fisiológico e emocional... Também é por aqui que passa a "humanização da sexualidade". Contrariamente ao que pensa a hierarquia eclesiástica, o sexo é também humano, demasiadamente humano.