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O mito grego da criação do homem

por Thynus, em 06.04.10

Nos tempos antigos, na terra havia apenas deuses imortais.
Zeus, deus grego supremo do Olimpo, que era filho e sucessor de Kronos, a quem usurpou a liderança depois de sucessivas vitórias, representava o poder e a ordem cósmica, mas, no entanto, estava sujeito ao Hades, seu filho, que foi salvo por sua mãe Réia de ser devorado por seu pai.
Hades é o símbolo do destino e da fatalidade, e para os antigos filósofos representa a ordem e o número de casos acorrentados uns aos outros que, necessariamente, produzem um efeito.
Neste mundo de apenas deuses imortais, os deuses quiseram criar seres para povoar a terra.
Tendo decidido sobre essa idéia, Zeus encarregou os filhos do titã Jápeto, que dotaram de graças e forças as criaturas terrenas. Foi Epimeteu, que pediu a seu irmão Prometeu, que o deixasse distribuir os dons entre os seres terrestres.
Epimeteu deu a cada animal um dom: a beleza a um, a outro o poder, a outra a velocidade, a outro a corpulência, a outro a sagacidade, etc., segundo um critério de conveniência.
Carecendo da sabedoria de seu irmão Prometeu, deu presentes a todos os animais deixando o homem para o último, ficando assim o ser humano nu, indefeso e desarmado.
Foi então que Prometeu, o amigo do homem, vendo a injustiça que foi cometida, tentando corrigir o erro e roubando a sabedoria de Atena, concedeu ao homem a lógica.
Prometeu tomou o gênero humano sob sua protecção e roubou o fogo de Hefesto oferecendo-o ao homem para se aquecer e poder viver melhor, e lhe ensinou tudo o que sabia.
Mas Zeus, quando soube dos dons concedidos ao homem, que lhe permitiam se assemelhar aos deuses, cheia de raiva, arremessou raios e relâmpagos e puniu severamente Prometeu encarcerando-o no monte Cáucaso, nos limites do Universo.
Ali, todas as manhãs, uma águia roia-lhe o fígado, que de noite voltava-lhe a crescer para ser comido novamente no dia seguinte.
Trinta anos depois, Hércules libertou Prometeu de sofrimento tão cruel.
Hefesto, deus do fogo, modelou em sua oficina a primeira mulher, que foi inicialmente uma estátua de metal.
Como era muito bonita, Zeus decidiu dar-lhe vida e um dos deuses a agraciou com os dons da beleza, da graça, da inteligência, da capacidade e poder de persuasão.
Mas Hermes também a dotou de astúcia e de falsidade e Hera de curiosidade, inquietação que não iria dar paz à mulher em algum momento.
Zeus enviou Pandora a Epimeteu como um presente, que, enfeitiçado por sua beleza, decidiu unir-se a ela imediatamente.
Como presente de casamento ofereceu a ambos uma linda caixa decorada com ouro e pedras preciosas.
A caixa estava fechada, mas dando a chave a Pandora Zeus advertiu-a que, se quisessem viver felizes para sempre, não deveriam abria a caixa.
Epimeteu e Pandora viveram felizes por muitos anos uma vida idílica e eles e seus descendentes alheios a qualquer tipo de problemas, felizes como os deuses, sem dor, sem preocupações ou velhice que os ameaçasse.
Mantinham-se sempre jovens, se divertindo e vivendo permanentemente dos frutos da terra sem matar qualquer ser vivo para sobreviver.
Não havia furtos ou crimes e, quando se cansavam de tanto viver, se deitavam sob uma árvore e lá dormiam o sono dos deuses.
Então, uma suave brisa levava-os para um lugar ainda mais tranquilo e mágico.
Mas um dia, a curiosidade foi mais forte e Pandora abriu a caixa e foi assim que surgiram os infortúnios e os males deste mundo, como doenças, tristezas, dores e outras desgraças.
A esperança foi a última a surgir sob a forma de um pequeno pássaro e como um símbolo de conforto para a humanidade.

COMO SE PODE APRECIAR, O MITO GREGO DA CRIAÇÃO DO HOMEM É BASTANTE SEMELHANTE AO MITO DE ADÃO E EVA NO ANTIGO TESTAMENTO.

publicado às 20:14


Politicagem e Pornocracia Papais

por Thynus, em 06.04.10
No mesmo dia da morte de Paulo I, o duque Toto nomeou, por sua iniciativa, o seu próprio irmão como sucessor. Este, Constantino II, não era nem sequer clérigo. Em 768, outros nobres lograram apoderar-se dele, furaram-lhe os olhos e enclausuraram-no num convento. Entretanto o rei dos lombardos, aproveitou a ocasião, para poder recuperar os seus antigos territórios e nomear um Papa de seu agrado. Chamava-se Filipe e pelo menos era monge. Foi deposto no mesmo dia de sua consagração e retirou-se velozmente para o seu convento. No dia seguinte, os francos impuseram Estevão (II). Para evitar que se repetissem casos como o que acabava de protagonizar Constantino, decretou-se que apenas poderiam ser candidatos os sacerdotes e os diáconos, excluindo expressamente os leigos. Retirou-se ao povo de Roma todo o direito a eleger o bispo/papa e reservou-se tal privilégio, exclusivamente, ao clero. Esta última disposição, tão contrária ao que já era costume imemorial, seria durante muito tempo ainda letra morta. Há bastantes exemplos comparáveis no século IX, mas no século X os níveis de degradação do papado alcançaram níveis dificilmente superáveis. O século começou com a eleição de Leão V em 903, e apenas quatro meses depois já foi encarcerado por seu sucessor Cristóvão, o qual viria a fazer-lhe companhia em menos de cinco meses. Os dois foram rápidamente degolados por ordem de Sérgio III. Este assassino de seus predecessores, inaugurou um período do papado batizado no século XVIII, com o famoso nome de «pornocracia».
 
Sérgio que já fora eleito Papa em 897 mas foi forçado a dimitir-se em favor de João IX, voltou com sede de vingança. Voltou graças à ajuda da esposa e das filhas (Teodora a Maior, Teodora a Jovem e Marozia) e de um primo que se tinha apoderado do controle civil de Roma. As três mulheres, libertinas e ambiciosas controlaram direta ou indiretamente o papado durante os seguintes 40 anos. Marozia tinha casado com Alberico de Espoleto mas foi durante vários anos amante do Papa e teve um filho com ele. A boa Marozia, que se deixou atribuir o título de "Senadora dos Romanos", e sua mãe nomearam entre elas nada menos que 7 papas entre 904 e 931.Destes, 4 foram assassinados por ordem direta de Marozia. Em março do ano 931, decidiu fazer Papa a seu próprio filho nascido de sua relação adúltera com Sérgio III. João XI foi de uma docilidade exemplar mas também acabaria encarcerado por ordem de sua mãe.
 
Finalmente em 935, Alberico II de Espoleto, um filho que Marozia tivera de seu primeiro matrimónio, revelou-se contra o insuportável despotismo de sua mãe. Pouco a pouco foi ganhando força para a sua causa por parte nobreza e, num belo dia, mandou Marozia e o seu irmanastro, o Papa, para a prisão onde os dois morreram pouco depois. A pornocracia tinha chegado ao seu fim. Alberico II de Espoleto era o árbitro de Roma.
Quando seu irmanastro, o Papa João XI, morreu na prisão, Alberico fez eleger, em 3 de Janeiro do ano 936, un monge beneditino, Leão VII. Mas este e os seus sucessores, Estevão VIII, Marino II e Agapito II,ficariam tão submetidos ao duque como os seus predecesores o haviam estado a sua mãe, Marozia. Alberico de Espoleto, bom filho de sua mãe, foi-se tornando mais déspota conforme envelhecia. Amo absoluto de Roma e dos Estados da Igreja, dava-se conta, porém, de que os direitos do Papa em relação ao governo da Urbe e dos ditos Estados eram indiscutíveis. E acreditou então que tinha achado a solução genial: quem sucedesse a ele, em vez de reinar com o Papa, deveria, simplesmente, ser o Papa.
 Em consequência, antes de morrer, em 954, fez jurar a Agapito e aos romanos que, quando falecesse o pontífice reinante, o novo Papa seria seu próprio filho e herdeiro, Octaviano. Agapito morreu pouco depois e, como combinado, sucedeu-lhe Octaviano com o nome de João XII. Tinha dezasete anos! Não haja dúvida que o menino tinha herdado os genes de sua avó e bisavó; estava completamente corrompido. A sua residência pontificia de Latráo encheu-se de mulheres, eunucos e escravos e converteu-se em cenário de excessos e de orgías em que o pontífice se movia como peixe na água. Além disso, era um homem perfeitamente inculto que até ignorava o latim. Na sua habitual gíria grosseira jurava por Vénus ou por Júpiter e brindava pelos amores do diabo. Um dia teve o capricho de ordenar um diácono numa quadra, e, noutra ocasião, consagrou bispo um rapaz de dez anos.

publicado às 19:16


Homosexualidade na Igreja de Roma

por Thynus, em 06.04.10


A homossexualidade sempre sempre foi um grave problema para a Igreja; sempre o condenou e nunca compreendeu que o cristianismo romano com a sua misogenia, sua anti(hetero)sexualidade, e o seu "medo da mulher" (ginofobia) atribuindo a culpa de pecado original à pérfida Eva, tinha, e tem, todos os atributos para germinar uma psicologia homossexual passiva, combinado em geral com um excessivo companheirismo masculino.
Não há dúvida de que para a maioria do clero, incluindo muitos papas, a sua misogenia era mais teórica que prática e não restringia a nada o seu apetite heterossexual, mas para uma minoria bastante importante - mais entre o clero regular que entre o secular - a misogenia era tão obsessiva que levou à total recusa da mulher e à homossexualidade como único escape para a sua libido. Por isso, não é de estranhar que no medievo a homossexualidade em certos mosteiros e conventos fosse habitual; nos tempos mais recentes a prática se deslocou para seminários e escolas confessionais.
Nos últimos quarenta anos nada menos que 30 arcebispos e bispos foram destituídos por escândalos sexuais, na sua maioria relacionados com pederastia e pedofilia, e na última década houve milhares de acusações similares contra sacerdotes e frades nos E.U. e também as haverá na Europa.
Não haja dúvida que a Igreja de Roma está moribunda do próprio veneno que criou!

publicado às 19:15


Misoginia na Igreja romana

por Thynus, em 06.04.10

Eis algumas pérolas do pensamento ultra-machista dos Padres e outros santos varões da Igreja:
"No que se refere à natureza do indivíduo, a mulher é defeituosa e mal nascida, porque o poder activo da semente masculina tende à produção de um perfeito parecido no sexo masculino, enquanto que a produção de uma mulher provem de uma falta do poder activo." (Tomás de Aquino, Summa Theologica)
"Nada rebaixa tanto a mente varonil de sua altura como acariciar mulheres e esses contactos corporais que pertencem ao estado do matrimónio." (Santo Agostinho, "De Trinitate")
"E tu não sabes que és uma Eva? A sentença de Deus sobre este teu sexo vive nesta era: a culpa deve necessariamente viver também. Tu és a porta do demónio; és a que quebrou o selo daquela árvore proibida; és a primeira desertora da lei divina; és a que convenceu aquele a quem o diabo não foi suficientemente valente para atacar. Assim facilmente destruíste a imagem de Deus, o homem. Devido à tua deserção, incluso o Filho de Deus teve que morrer." (Tertuliano, Padre da Igreja, "De Culta Feminarum", 1.1)
"É Eva, a tentadora, de quem nos devemos cuidar em toda a mulher... Não consigo entender que utilidade pode ter a mulher para o homem, se se exclui a função de conceber crianças." (Santo Agostinho de Hipona, Padre da Igreja)
"As mulheres não devem ser iluminadas nem educadas de forma alguma. De facto, deveriam ser segregadas, já que são causa de insidiosas e involuntárias erecções nos santos varões." (Santo Agostinho de Hipona, Padre da Igreja)
Não se compreende muito bem como continuam a existir mulheres cristãs. Uma estranha síndrome de "Belém"?
Cá por mim ainda bem que existe a mulher. Se ela não existisse, como é que iria funcionar a mola?

publicado às 19:13

O homossexualismo sempre se fez presente no meio do clero regular (religiosos) e no clero secular(diocesano), mas sempre abafado pela alta hierarquia da Igreja de Roma, também não tão ‘santa’ assim. Há séculos e séculos a Igreja de Roma vem mantendo ‘segredo’ sobre os casos de contínuos abusos sexuais entre padres, bispos, cardeais e, até mesmo papas, envolvendo garotos, rapazes crescidos e adolescentes.
O homem é um ser-no-mundo. À medida em que se ausenta do mundo torna-se infiel a si mesmo e ao Evangelho. Se estiver ausente do esforço dos outros homens na construção de sua cidade terrena, será inexistente e marginal para eles. E se quiser construir para si uma cidade diferente da deles torna-se nocivo e rejeitado. Se o homem quiser ser aceito, se quiser ser útil, se quiser existir, deve sair de si mesmo, integrar-se no mundo, no concreto, no real, no dia-a-dia. Perante este quadro, o padre católico é um excluído. É um homem à parte, indefinido, sem nome e sem profissão e também não tem família. Uma espécie de parasita, que não produz e não constrói na linha da eficiência material e humana. Não tem um ‘status’ reconhecido.
De acordo com a Lei Canônica, o voto do Celibato é quebrado quando o padre se casa, mas não necessariamente quando este tem relações sexuais. A Igreja de Roma proíbe seus sacerdotes de casarem-se, mas não interfere na vida particular deles! Daí existirem tantos padres homossexuais declarados, exercendo o sacerdócio, normalmente. O celibato, como se pode verificar, na prática, nada tem a ver com a castidade. E o perdão para as relações sexuais – heterossexuais ou homossexuais – praticadas pelos elementos do clero, pode ser facilmente obtido a qualquer hora através da confissão auricular a qualquer outro padre seu igual, quem sabe, não muito ‘casto’ tanto quanto o penitente!
É fácil perceber por que os papas são tão insistentes no reforço da lei do celibato para os componentes do clero católico romano. Não sendo casados e nem tendo família, poderiam ser facilmente transferidos de uma paróquia para outra ou a diferentes partes do mundo. A propriedade dos clérigos, que em alguns casos é bem considerável, e que se fossem casados, passaria para a família, cái automaticamente nas mãos da “santa madre igreja” ou é herdada por ela no todo ou em parte. Portanto, os motivos do celibato obrigatório adotado pela Igreja de Roma são tanto eclesiásticos como econômicos.
Hoje, o grande problema e vergonha da Igreja de Roma, o seu calvário, é, sem sombra de quaisquer dúvidas, o seu próprio clero - regular ou secular! Não dá mais para esconder ou encobrir a vergonhosa homossexualidade entre religiosos católicos com os filhos de seus paroquianos. Quanto a fatos não há contra-argumentos, diante da face oculta dos que um dia ousaram manipular os desígnios da Igreja de Cristo em usufruto próprio.

publicado às 19:12

79 - 90: Anacleto(ou Cleto)
Tinha uma prostituta como amante, cometeu incesto com a irmã e alguns outros parentes femininos; violentava freiras.
366 - 384: Dâmaso I
Assassinou seus rivais ao Papado. Julgado por adultério em 378, perdoado pelo Imperador.
432 - 440: Sisto III
Julgado por estuprar uma freira, mas foi liberado por não haver testemunhas...
904 - 911: Sérgio III
Gostava de sexo com meninas menores de idade. Quando tinha 45 anos, sua amante contava com apenas 15 anos de idade.
936 - 939: Leão VII
Morreu de ataque cardíaco enquanto fazia sexo
955 - 964: João XII
Ateu, bisexual, invocada o demônio durante o sexo, castrou um cardeal, morto pelo marido irado da mulher com quem ele estava copulando.
965 - 972: João XIII (João de Nardi)
Enforcou um prefeito com seu cabelo, deflorou a própria sobrinha, morreu como seu pai, João XII, morto pelo marido irado da mulher com quem ele estava copulando.
1033 - 1046: Bento IX (Teofilato de Túsculo)
Assassino, acreditava em bruxaria, praticava bestialismo, promoveu selvagens orgiais bisexuais, casou com a própria prima e então vendeu o papado.
1484 - 1492: Inocêncio VIII (Giovanni Battista Cibo)
Pai de diversos filhos
1294 - 1303: Bonifácio VIII (Bento Gaetani)
Conquistou o Papado assassinando seu predecessor, Celestivo V. Ateu, homosexual, julgado por heresia, estupro, sodomia e comer carne durante a Quaresma
1342 - 1352: Clemente VI (Pierre Roger de Beaufort)
Dúzias de amantes
1410 - 1415: João XXIII (Baldassare Cossa)
Começou carreira como pirata. Conseguiu o papado com a força das armas. Foi acusado de pirataria, assassinato, sodomia, estupro e incesto.
1458 - 1464: Pio II (Enea Silvio de Piccolomini)
Escrevia literatura erótica. pai de 12 filhos
1464 - 1471: Paulo II (Pietro Barbo)
Morreu enquanto estava sendo sodomizado por um pagem
1471 - 1484: Sisto IV (Francesco della Rovere)
Teve seis filhos ilegítimos, fazia sexo com a irmã e iniciou a Inquisição Espanhola.
1492 - 1503: Alexandre VI (Rodrigo de Bórgia)
Cometeu o primeiro homicídio aos 12 anos. Pai de diversos filhos
1503 - 1513: Júlio II (Giuliano della Rovere)
Pedófilo, fazia sexo com garotinhos e freqüentava prostitutos.
1513 - 1521: Leão X (Giovani de Medici)
Homosexual, tão corrupto que inspirou Lutero a escrever suas 95 teses.
1534 - 1549: Paulo III (Alessandro Farnese)
Envenenou a mãe e a irmão, mantinha uma relação incestuosa com a própria filha, matou cardeais por causa de uma discussão teológica, foi o maior cafetão de Roma, com 45 mil prostitutas trabalhando para ele e pagando tributos.
1550 - 1555: Júlio III (Giovanni Maria del Monte)
sodomizava garotinhos, mantinha relações com o próprio filho ilegítimo, escreveu para ele o poema "em louvor à sodomia".

publicado às 19:09

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As últimas notícias que fizeram emergir, na Alemanha, vários casos de abuso sexual e violência em colégios da igreja, devem fazer-nos reflectir. Notoriamente - e infelizmente – também nos círculos clericais e desde sempre o abuso sobre menores é um dado de facto. Que é ainda pior do que o abuso perpetrado no mundo secular, porque não se pode realmente aceitar que propriamente onde se pensa que a vida, a dignidade e o bem-estar das pessoas são sempre colocados em primeiro plano, aconteçam tais abusos graves e, paradoxalmente, muitas vezes escondidos pela mesma Igreja. E, não tenhamos dúvida, o acontecido na Alemanha, na Irlanda ou onde quer que seja, é apenas a ponta do iceberg!
O homem é feito de carne e espírito. Carne e espírito que não se devem desviar da existência de desejos legitimamente humanos, mas onde deve ser controlado qualquer excesso. O desejo carnal é aceitável somente no caso em que se mantenha um critério admissível por toda a Comunidade. Até mesmo um homem da Igreja pode ter as mesmas pulsões, mas o fato de que - por fé ou por imposição ritual - ele seja convidados a alienar parte da sua natureza apenas por ética de estado, em alguns casos eis que esta imposição o torna escravo e perseguidor às ordens de pulsões humanas tornadas paradoxais pela alienação de si mesmas.
A abstenção total de relações sexuais, regra rígida das pessoas que se consagraram ao Senhor, impõe uma série de contradições, a partir da essência mesma dos seres humanos. Por outro lado, é de realçar e lembrar que nenhuma entidade divina alguma vez deixou rastro de uma imposição desse género. Quem já leu a Bíblia sabe muito bem. Deus criou seus filhos para amar-se e multiplicar-se. Não certamente para fazer actos de penitência ad omnia, sobre algo algo que vem, nomeadamente, daquele mecanismo perfeito que se chama corpo humano.
Por conseguinte, abster-se de seu corpo perfeito, produz, a longo prazo, uma pressão que presumivelmente resultará numa série de pulsões de tal modo fortes que são capazes de se transformar em tirania. E quais podem ser então os objetos de desejo das pessoas a quem é imposto um tão natural fechamento a escutar as solicitações da carne? As crianças. Por uma série de razões "óbvias".
A criança é indefesa. Ainda não conhece o mundo dos adultos. Não sabe nada do que é sexo, pelo menos no que diz respeito ao desejo fundamentado que só um adulto pode ter. A criança não sabe como lidar com um convite sexual. Porque ainda o vê como um jogo possível. O prazer que pode obter – num modo totalmente natural – ao ser acariciada, pode finalmente ser visto como algo na linha de fronteira entre o jogo e o prazer. Isto claramente, quando “os jogos” em questão não implicam qualquer tipo de abuso ... E quando a fúria animal se abate ferozmente sobre corpos inocentes, mais uma vez a criança é incapaz de reagir. Vive o abuso como algo terrível no plano físico, mas que não pode categorizar. Na melhor das hipóteses, em seguida, sua mente vai ajudar a combater os danos, desconectando-se de toda a recordação do que aconteceu. Mas é um truque da psique apenas temporário. Com o tempo, alguma coisa será quebrada: o frasco de vidro frágil em que as memórias a esquecer foram armazenadas na ocasião.
Eis portanto um quadro: por um lado, os homens castrados de pulsões humanas, que se tornam algozes da humanidade em progresso. Por outro, vítimas desarmadas, silenciosas, submissas, simplesmente porque ainda não sabiam as regras do jogo da vida.
O mundo ao redor? Esse cala-se. Por mil razões.
A Igreja cala-se também porque "não é bom" que o mundo tramele de um defeito tão grave no mecanismo de sua organização. Quem fala de Amor Universal, não pode ostentar a bandeira de obscenidades indescritíveis. É interessante notar, por outro lado, a tendência da Igreja, nos últimos tempos, em afastar de si os gays e transexuais motivando que "a obscenidade de certas escolhas sexuais não pode ser acolhida na casa de Deus".
Exige-se ao mundo secular que não possa ser ele mesmo. Não será isto uma outra forma indigna de impor o seu poder? Num mundo de castas, a Igreja é claramente a mais poderosa e terrível. Impõe regras que não aceita para si mesma. Segue estradas intransitáveis e indecorosas, sabendo que tudo será discutido, mais tarde, no silêncio das salas escuras do poder eclesiástico.
O Amor Universal não existe. É um bluff. Uma lenga-lenga bisbilhotada mais por hábito do que por convicção.
O Amor é apenas um truque. Veste de boas intenções qualquer monstro sanguinário presente na terra. Toma na mão pequenas flores que devem ainda a florescer. E penetra-as com prazer sádico, até chupar a sua última gota de sangue. E combina espírito e violência como se de uma salada se tratasse. Nada mais.

publicado às 08:12


Primeiro os Estados Unidos, depois a Irlanda, Alemanha e Holanda: a sombra de pedofilia desestabiliza o equilíbrio da Igreja Católica e levanta questões sérias sobre a castidade de seus sacerdotes . O Papa Bento XVI tem falado recentemente de "crimes vergonhosos", um flagelo a ser combatido. Para Hans Kung, a ferida é mais profunda, não se trata de casos isolados, mas de um problema interno ao próprio clero: o celibato. Kung, um dos principais teólogos católicos antes de lhe ser revogada a "missão canônica" e que convidou mesmo o actual pontífice para professor da cadeira de teologia em Tübingen, é um dos mais influentes críticos das doutrinas da Igreja de Roma.
Para ele, a única solução para travar os desvios morais de alguns círculos religiosos é acabar com a obrigação insustentável do celibato. O teólogo suíço desmonta as alegadas certezas, atrás das quais se refugiam frequentemente as hierarquias católicas. "O abuso sexual por parte dos padres não têm nada a ver com o celibato. Protesto! (...) Como então são registados em massa propriamente dentro da igreja católica, liderada por celibatários? Claramente, essas falhas não são apenas atribuíveis ao celibato. Mas este é a mais importante expressão estrutural da abordagem que os clérigos de topo têm com respeito a sexualidade. " Kung, conhecido nos círculos do Vaticano como “o rebelde” critica esta regra imposta "que não existia ainda no primeiro milênio e foi criada no século XI." Critica o silêncio da hierarquia eclesiástica e “a prática do encobrimento de décadas de casos abusivos". "A Igreja não deve esperar um mea culpa também por parte do Papa, na colegialidade dos bispos?" Solicita Kung.
Em entrevista à emissora de televisão pública suiça SF (21/03/2010) Hans Kung acusa: "não é exagero dizer que dificilmente houve um homem na Igreja Católica que sabia tanto quanto o papa sobre os casos de abusos". E acrescenta: "Desde a Idade Média temos uma teologia da sexualidade inibida"... "Isso culmina na lei do celibato, que tem a ver com esses casos de abusos", acrescentou.
Segundo Küng, este é um dos motivos pelos quais o papa, em sua carta pastoral, não assumiu qualquer responsabilidade pelos casos de abuso. "O mais importante seria que o papa liberasse a discussão sobre o celibato. Muita coisa melhoria se o celibato fosse abolido", disse Küng.
Küng acusa Bento XVI de "absolutismo", por não querer ouvir vozes que exigem reformas. Segundo ele, o celibato obrigatório é também a causa da escassez de sacerdotes, que na Alemanha atingiu uma dimensão dramática, levando um padre a ter de cuidar de duas ou mais paróquias.
Por outro lado, o psiquiatra austríaco Reinhard Haller, que tem muitos padres entre os seus pacientes, calcula que apenas 10% dos padres conseguem viver a vida inteira no regime celibatário. Segundo ele, a Igreja subestima a importância da sexualidade e, além disso, não prepara os padres psicologicamente para uma renúncia à sexualidade. “Um dos meus pacientes, um padre acusado de abuso sexual, contou que o capítulo sexualidade foi concluído no seminário com um simples "vocês já são homens adultos" - lembra Haller, que já atuou também como perito em processos contra acusados de pedofilia.
Os escândalos de pedofilia são "um sinal de que precisamos de mudanças profundas, de uma revolução suave, no Papado e na hierarquia em Roma. São muito, muito, corruptos, e são-no há dois mil anos sem qualquer avaliação externa do que fazem. Precisamos de uma autoridade secular dentro da Cúria para ver o que se está a passar", vinca por sua vez a teóloga inglesa Myra Poole.
O celibato imposto, pode até não ser a causa direta dos abusos sexuais por parte dos padres pedófilos, mas que existe uma cultura que leva a casos de desvio sexual (pedofilia, homossexualismo, misoginia,...) na igreja romana, isso parece mais que evidente. Como sabemos, "Deus perdoa sempre, o Homem perdoa às vezes, mas a Natureza nunca perdoa"; a natureza vinga-se sempre e de forma avassaladora e trágica. O celibato obrigatório não passa de uma imposição castradora e contra natura. Ora acontece que a Igreja romana está a intoxicar-se com o próprio veneno que ela gerou. Curioso, não é?! Não existe pior cego que aquele que não quer ver!

publicado às 08:10

É um facto. Por razões pouco claras, o número de pedófilos no clero é extremamente elevado. Talvez porque o diabo escolhe para tentar quem está 'mais próximo' de Deus, ou talvez porque muitas vocações estão longe de ser autênticas, ou talvez por algum outro motivo que desafia a lógica humana.
É bom lembrar as declarações chocantes do observador permanente junto das agências da ONU, em Genebra, monsenhor Silvano Tomasi, que em Setembro de 2009 disse, palavras textuais, que “apenas entre 1,5% e 5% do clero católico parece ter-se envolvido em casos de abuso de crianças”. Só 5%? Um em vinte?
Aplicando um percentual semelhante a toda a população portuguesa, deveríamos concluir que, hoje, em Portugal contaríamos com cerca de meio milhão de pedófilos, que, felizmente, parece um pouco irreal. Transpondo a mesma lógica estatística para a realidade brasileira (cerca de 200 milhões de habitantes), teríamos que concluir que no Brasil haveria cerca de 10 milhões de pedófilos. Que barbaridade!
É difícil levar um filho para os cuidados de um padre, quando se sabe que há 5% de chance de colocá-lo nas mãos de um pedófilo. Que ninguém duvide que a igreja tornou-se um lugar perigoso para as crianças!
Sempre em Genebra, perante o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, o porta-voz do Vaticano conseguiu declarar que, no entanto, na maioria dos casos de abuso no clero católico, não se trataria de facto de pedófilos, mas somente de homossexuais com certa atração por adolescentes.
Agora, como então, o Vaticano parece mais empenhado em diminuir a gravidade do fenómeno da pedofilia na Igreja que em combatê-lo com a determinação e coragem necessárias. Uma indicação clara desta atitude é a tendência de lembrar que a maioria dos casos de abuso infantil ocorre nas famílias e que mesmo Igrejas não-católicas têm o problema da pedofilia. Ou, então, alegar que isso é obra da maçonaria (ou do diabo, sabe-se lá!).
Finalmente, o caso do “padre” Murphy, um estuprador serial que foi capaz de abusar de "apenas" (pasme-se!) 200 crianças. Ele nunca foi punido. O Vaticano, segundo a reconstrução do New York Times, disse que Murphy, quando o seu caso foi analisado pela Igreja, ele então estava muito doente e que já tinha passado muito tempo desde esses factos, razão porque foi decidido não reduzi-lo ao estado secular ou puni-lo de outro modo.
O mesmo jornal americano acusa hoje o papa Ratzinger e o Secretário de Estado Bertone por ter estado entre aqueles que não decidiram agir contra o “padre” Murphy. O Vaticano e nomeadamente o Osservatore Romano falam de acusações vis e infundadas, negam qualquer tipo de encobrimento, mas não contestam a reconstrução do New York Times sobre a opção da Igreja em não punir Murphy com as sanções previstas no Direito(?) Canônico pelos muitos abusos de que ele foi artífice. Se fosse um desgraçado de um padre de uma paróquia da serra, estava certamente já a arder no fogo do inferno (ou do Tribunal da santa(?) inquisição); mas, tratando-se do “padre” Murphy dos dólares... coitado, estava doente! Enfim, uma igreja corrupta, com dois pesos e duas medidas!
E acabo com as palavras da teóloga inglesa Myra Poole: "É terrível o que estes homens (padres pedófilos) fizeram, mas a responsabilidade é dos bispos e do Papa", que "deviam ir para a prisão com eles", porque este tipo de abusos resulta de "uma cultura aceite pela Igreja"... "A grande tragédia" é que os altos responsáveis "não serão responsabilizados", antecipa. E os padres continuarão a ser "mudados para outras paróquias para continuar com as suas coisas". " É uma situação muito grave.
Uma igreja baixa e de costumes corruptos?! De uma igreja dessas libera nos, Domine!

publicado às 14:11

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