A tenaz posição do homem frente à absurdidade da realidade. O homem na procura continua de um equilíbrio, que é estripado no raciocínio, è estripado pela sua carne desejosa de objectos e se torna puro pensamento. Ele se levanta como deus de si mesmo e acaba abatido pelos próprios limites, a finitude da sua existência, a procura da felicidade, tornam-se intuições a transformar, geração após geração a fim de percorrer uma estrada actualmente ilimitada na procura da verdade. Todavia a verdade não é unívoca e é mesmo por isso que nesta riqueza de diversidade o homem, o herói, o artista conhece o mundo que o rodeia. É a incessante análise que o homem coloca diante de si mesmo e da natureza, procura febril (usando um termo futurista) único fim da vida daquele homem que deixa para trás o ter para iludir-se de possuir a própria consciência, bem consciente desta necessidade. Agarra-se à vida para desfrutar cada instante e tornar-se imortal graças à esperança de deixar as próprias idéias para a integração dos vindouros. A confiança que o homem repõe no tempo e numa espécie de consciência coletiva que, graças ao trabalho de artistas e filósofos, tenta em vão de completar-se e nos empenha moralmente todos os dias. Afadiga-se mas não deixa nunca esta estrada pois está dentro, mesmo se frequentemente deixada de parte por empenhos sociais, e permanece sempre ali, toda a vida. É esta procura a mesma procura da felicidade? Esta que na espera traz o sofrimento e nos convida a uma certa "auto-mística" perpetuação do instante em que nós nos damos conta da vida que flui. É preciso desfrutar o tempo que temos para produzir ideologias, arte, discussões. O abstrato não nos circunda, é necessário procurá-lo na realidade, partir desta e aumentar o património humanitário representado por aquilo que nos é impedido pela sociedade moderna: ser e aceitar-se e conhecer.