Para o Estado iraniano tem que morrer porque adúltera. Pela sua “culpa” Sakineh Mohammadi -Ashitiani, 43 anos, deverá apagar-se a golpes de pedra, apedrejá-la-ão.
"Muitas vezes à noite, antes de adormecer, eu me pergunto:" Como é que se preparam para atirar-me pedras, a olhar para o meu rosto e as minhas mãos? Porquê? ... Digam a todo o mundo que eu tenho medo de morrer. Ajudem-me a permanecer viva e a poder ter de novo os meus filhos em meus braços."
A mulher conta-o numa mensagem referida por telefone por uma organização para os direitos humanos. "Sou Sakineh Mohammadi-Ashttiani. Desde a prisão de Tabriz – diz a mulher na mensagem relatada - agradeço a todos aqueles que pensam de mim."
Sakineh, sobre cujo caso se multiplicam as iniciativas de governos e organizações para os direitos humanos na tentativa de salvar a sua vida, foi condenada em 15 de Maio por ter tido uma “relação ilegal” com dois homens depois da morte de seu marido.
Segundo a agência oficial Irna, a mulher seria também culpável de “homicídio e outros crimes”. A pena foi suspensa temporariamente. Há alguns dias o seu advogado, Mohammad Mustafai, desapareceu para evitar a prisão. Os apelos do advogado e dos filhos da mulher abriram caminho a uma campanha internacional que viu os governos e organizações para os direitos humanos no Ocidente implorar o perdão para aquela mulher. Sakineh, em conformidade com a lei islâmica da sharia, já foi chicoteada pelo seu “adultério”. “No dia em que fui chicoteada diante dos olhos de meu filho Sajjad fui destruída, perdi toda a dignidade e o meu coração foi destruído”, narra Sakineh na sua mensagem.
E é a este país, governado por leis tiranas e obscurantistas medievais, que alguns políticos “iluminados” defendem a construção de usinas nucelares. Ainda há dias, o presidente Lula intercedia, e bem, por essa mulher, oferecendo-lhe asilo político no Brasil. Em resposta o ministro das relações exteriores do Irão alega que Lula é emotivo e está "mal informado" acerca da questão da mulher condenada. Pelos vistos, Lula apenas está bem informado acerca da questão nuclear do Irão. Quanta “diplomacia” nojenta e hipócrita!