De que forma as pessoas se enamoram, e como o amor, de uma forma ou de outra, complica a vida de modo profundo e até cómico? Responde-nos Ol(iver) Parker, director de "It was an accident" (2000), que fez a sua estréia atrás das câmaras com a comédia agridoce "Imagine me & you" (Imagine Eu e Você): "Começo sempre a escrever partindo de um tema em vez de um enredo. Neste caso, sabia que queria falar de amor como força da natureza, e particularmente do amor à primeira vista, ou seja o mesmo que aconteceu entre minha mulher e eu. Comecei por interrogar-me: qual seria o momento e o lugar pior possível para inamorar-se loucamente e de improviso? Claramente, a resposta é "o dia do matrimónio", que se tornou, portanto, a fonte e inspiração inicial da história".
A história, de facto,começa com o matrimónio entre a espontânea e divertida Rachel (Piper Perabo) e o prudente e afectuoso Heck (Matthew Goode), e tudo correria às mil maravilhas se o entreolhar da moça não se cruzasse com o de Luce (Lena Headey), florista nupcial desconhecida dela. Deste momento em diante, de facto, Rachel sentirá que encontrou naquela mulher, além de mais gay, a sua alma gémea, acabando por encontrar-se diante de uma encruzilhada que a levará a ter que escolher se permanecer com Heck, que ama de qualquer forma, ou abandonar-se nos braços daquela mulher. O destino levará ambas a tornar-se primeiro amigas e, depois, o facto far-lhe-á dar-se conta que aquele sentimento que tanto a oprimia não pertencia a uma simples amizade, mas ao amor das suas vidas.Obviamente Rachel è casada e, dando-se conta da grande responsabilidade assumida no casamento, não quer certamente abandonar seu companheiro, mas ao mesmo tempo não consegue não ser honesta com ele.Uma tarde, depois daquele que teria sido o encontro decisivo com Luce, Rachel decide confessar tudo a Heck o qual, inamorado profundamente pela sua princesa, decide deixá-la livre para tentar ser verdadeiramente feliz. Heck parte então para a viagem que sempre sonhou e, desgostoso por ter desposado Rachel, gira pelo mundo, para escrever o livro que tem na gaveta.Luce e Rachel começarão portanto uma vida em conjunto vivendo pela primeira vez o seu verdadeiro amor. Ambas conseguiram de facto agir com coragem para enfrentar e conseguir a felicidade.Entre as risadas e a melancolia, não faltam sequer os indispensáveis conselhos dos pais, sempre úteis, mesmo depois de atingir a idade adulta, e igualmente as flechadas da perversão. Entretanto aprendemos que mesmo a mais segura das estradas tomadas poderá estar sujeita a bruscos desvios, e, sobretudo, que não se deve nunca ter medo de expressar o amor. Segue aquilo que o coração te diz, continua a ser um conselho sempre a ter em consideração.
Parker narra portanto uma história de homossexualidade feminina no âmbito de um comum casal heterossexual...