Eles nos falam de tensões equivalentes àquelas do sistema venoso, mas no sentido ativo. As emoções são excessivas e se manifestam em excesso (jovialidade, excitação etc.) ou então estão retidas, sufocadas. A dificuldade, até mesmo a incapacidade, para fazer o que for preciso na nossa vida para sentir alegria, prazer ou felicidade se traduz pela hipertensão arterial. Ao contrário do sistema venoso, não temos a impressão de estar sendo impedidos, mas sobretudo de não saber, de não poder, de não ser ou não ter sido capazes de arrumar um lugar para o amor, para a alegria de viver.
A hipertensão nos mostra uma grande tensão devida à vontade de busca de solução, mas o medo, muitas vezes, impede que as nossas emoções existam, o que faz a pressão subir no interior. Tudo toma proporções excessivas que nos amedrontam. Esse medo nos cristaliza e endurece a parede das nossas artérias, ampliando assim, através da arteriosclerose, o fenômeno da tensão. Um dos medos fundamentais associados à hipertensão é o medo da morte; temos medo que ela chegue antes que tenhamos podido fazer o que tínhamos de fazer. O sentimento de urgência então se desenvolve em nós e faz ainda mais "subir a pressão". Aí também encontramos laços com a homeopatia que utiliza o Aconit para tratar a hipertensão arterial, mas também o medo da morte e todos aqueles que se constroem sobre um processo de pânico.
A hipotensão nos fala da derrota, do nosso sentimento de vítima. Vencidos pelos acontecimentos, sem saída, não estamos mais em condições de fazer a pressão subir para relançar a máquina. A dinâmica principal é passiva e o desencorajamento ultrapassa o sentido da luta. Provavelmente, sentimos falta de amor na nossa vida, desse alimento que procura ou ao menos facilita a alegria e a razão de viver, de sentir o nosso coração batendo dentro de nós. Faltou-nos essa chama ou, talvez, nós não a tenhamos mantido.
(Michael Odou - "Diga-me onde dói e eu te direi por quê")