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“É breve, é pequena a distância que separa o avô do neto. Feito o arado que rasga a terra, a passagem do tempo deixa sulcos na alma e no rosto. “As viagens sucedem-se como as gerações; entre o neto que foste e o avô que serás, que pai terás sido?” (José Saramago). A única coisa que nós temos de fato é a vida. E com ela podemos fazer tudo ou nada. Pais, filhos, netos. No fim das contas, cada um tem que caminhar com seus próprios passos. Buscar uma experiência de significação, trilhar a senda do auto-aperfeiçoamento. A vida é um instante, um sopro. Quantas gerações já vieram, quantas ainda virão e igualmente passarão… Memórias poéticas e afetivas. Os pequenos gestos e instantes é que revestem de beleza e ternura o tempo. Nos vagões da existência terrena por um breve instante passeamos. O ato de observar é a única chave que abre a porta dos mistérios. A paisagem de fora, a vemos com os olhos de dentro. A paisagem é um estado de alma. Na realidade, o que vemos, está em nós. Não vemos o que vemos, vemos o que somos… “Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara.” Ter olhos para a beleza do céu, para a poesia das nuvens. Cultivar a quietude do espírito como potência de transformação. Ter um olhar capaz de discernir a beleza invisível. A filosofia oriental nos ensina que a mais bela imagem não tem forma. Resgatar a beleza, a poesia e a espiritualidade capazes de suavizar a nostalgia do Absoluto. Cultivar a magia e o encantamento de estar no mundo. Cultivar a via do silêncio dentro de nós. Felizes os que aproveitam com sabedoria a preciosa aventura que é o existir.” (José Saramago)