Sapio: eu saboreio.
O ato de ver exige distância. O objeto deve estar longe para poder ser visto. Na visão, o objeto é exterior ao corpo. O objeto visto é o objeto que não se tem. Sem essa separação entre o olho que vê e o objeto que é visto não pode existir objetividade.
O objeto de contemplação pode me dar conhecimento. Pode me dar o prazer do belo. Mas ele está distante de mim. Não posso comê-lo. Não mata a minha fome. Não me dá vida. Sinto-me tentado a concordar com um axioma de inspiração psicanalítica que diz que “a grande tristeza na vida humana, que começa na infância e continua até a morte é que ver e comer são duas operações diferentes. A beatitude eterna (o mito de Fedro) é um estado em que ver é comer”.73
Barthes, ao afirmar que o envelhecimento o levara a cultivar a desaprendizagem dos saberes, confessou que ele aprendera, naquele momento de sua vida, que as dádivas dos olhos não lhe bastavam. Há um verso de T. S. Eliot que, creio, se aplica à experiência de Barthes: “E o fim de todas as nossas explorações será chegar ao lugar de onde partimos e conhecê-lo então pela primeira vez”. Os caminhos da alma são circulares, voltam sempre ao princípio. Ao final de sua longa caminhada de toda a vida pelos caminhos da ciência, ele se descobre chegando ao lugar de onde partira: o lugar da criança. Sapientia é conhecer a vida pela boca. É assim que a criancinha conhece o mundo, misticamente, de olhos fechados, a boca sugando o seio da mãe. Seio: primeira e inesquecível metáfora para o mundo. O mundo tem de ser um objeto de deleite. “Nenhum poder, um pouco de saber, um pouco de sabedoria, e o máximo de sabor possível”.74 O sabor vive onde a visão morre: o contato. Os olhos são amantes apolíneos: sentem-se felizes em contemplar de longe o objeto amado. Mas a boca é dionisíaca: precisa comer o objeto amado.
Barthes anuncia aos seus ouvintes perplexos que está abandonando os respeitáveis instrumentos da ciência.Deixou a sala de aula, lugar dos saberes. Está se transferindo para a cozinha, lugar dos sabores.
Há textos que se parecem com uma lisa superfície de gelo sobre a qual o leitor desliza. O pensamento se move fácil: tudo lhe é conhecido com familiaridade. Mas, ao final desse exercício de patinação sobre o conhecido, o pensamento continua o mesmo. Quando as palavras deslizam suavemente como um patinador sobre o gelo, é certo que nada de novo irá surgir. Ao final, tudo estará como sempre foi. Bem que Hegel advertiu de que “o que é conhecido com familiaridade não é, de fato, conhecido, pela simples razão de ser familiar”.75
Barthes, mestre nas sutilezas da psicanálise, sabia que a verdade aparece no lapsus, quando o familiar é rachado, quando o pensamento tropeça. O francês tem uma palavra para sabedoria. É sagesse, palavra familiar, conhecida por todos. Barthes poderia tê-la usado. Não o fez. Ao invés de sagesse usou sapientia, latim. Barthes usou o latim para provocar uma queda. Sagesse, sabedoria, todo mundo pensa saber o que é. Mas, na “encruzilhada da etimologia”, ele encontra sapientia, que quer dizer conhecimento saboroso. Sapere, em latim, tem o duplo sentido de “saber” e “ter sabor”. Essa duplicidade de sentidos está preservada e esquecida no português. O Aurélio registra, para o verbo “saber”, ao lado do seu uso comum de “ter conhecimento”, o uso já fora de moda de “ter o sabor de”. Lembro-me do tempo em que se dizia: “Essa comida sabe bem”, isso é, “essa comida é saborosa”.
A “encruzilhada da etimologia” nos remete para o lugar onde os saberes do “eu” e os saberes do “corpo” entram em conflito, colidem, chocam-se.
O eu conhece com os olhos, vai vendo o mundo e dizendo o que sabe com ideias claras e distintas. O corpo, coisa viva, usa os olhos para ver os frutos à beira do caminho – ver para comer. Aí, quando come, lhe faltam palavras para comunicar os sabores dos frutos que come. Como dizer o gosto de um morango? A falta de clareza e distinção das palavras da
sapientia não se deve a um defeito de comunicação que pode ser corrigido. Os sabores são, essencialmente, segredos, incomunicáveis. O objeto da
sapientia está além das palavras.
Um enunciado científico diz um saber. Tudo o que precisa ser sabido se encontra no dito. A linguagem científica, dos saberes, não contém segredos. Posso confiar nas palavras, ficar com o que elas dizem. Devo tomá-las ao pé da letra, literalmente. Elas são fidedignas. O eu é a casa onde moram as palavras que não têm segredos. É com essas palavras que o eu é feito.
O corpo diz: “Isso é saboroso”. Ouço, entendo as palavras. Sei o que elas significam. A despeito disso, continuo “sem saber”, ou melhor, “sem sabor”. Nada sei sobre o sabor do saboroso. Para o sabor não há palavras. “Isso é saboroso”: essa afirmação não diz o sabor. O sabor não mora nela. Ela é usada como um ponto de exclamação e, ao mesmo tempo, como um dedo que aponta. Ela enuncia uma experiência de prazer e diz onde ele se encontra. As palavras do saber, ao contrário, contêm o seu objeto: o objeto do conhecimento é o seu enunciado. Na ciência, os saberes se fazem com palavras: artigos em periódicos. Assim, nas escolas, as provas se fazem com palavras. Os vestibulares, igualmente, são feitos com palavras. Passa quem sabe as palavras certas. Para os saberes, as palavras bastam. Escola não ensina o sabor. Não há formas de “avaliar” o sabor.
As palavras do sabor são bolsos vazios. Neles não há objetos que possam ser ditos. O sabor sempre fala sobre algo que não se encontra nas palavras. Para se saber o sabor do saboroso é preciso ir além das palavras, ao lugar em que o prazer acontece. Por isso não se pode nunca tomar as palavras do corpo “literalmente”. Com as palavras do corpo há de se trabalhar sempre com aquilo a que Nietzsche deu o nome de “a arte da desconfiança”. Essas palavras-bolso, cujo sentido está sempre fora delas, são o que se chama metáfora. Vale aqui o que disse Wittgenstein sobre sua própria filosofia: andaime. Andaimes cercam a casa, mas não são a casa. Construída a casa, desmontam-se os andaimes. Atingido o sabor, desmontam-se as palavras. O sabor mora no silêncio. As funduras do corpo estão além das palavras. Moram no silêncio. Os sabores são inefáveis, o prazer é inefável, não pode ser dito. “A ciência não pode calcular quantos cavalos de força existem nos encantos de um sabiá”, disse Manoel de Barros.76
Ciência são as palavras que dizem um saber. Sapientia são as palavras que apontam para um sabor. A ciência é escada encostada na jabuticabeira. Sapientia são as palavras que seduzem quem nunca chupou jabuticaba a experimentá-la; elas “tentam” a pessoa a subir na escada e a comer o fruto. A serpente tentadora é o símbolo da sabedoria. Ela seduziu Adão e Eva a um sabor desconhecido.
Quando acabam as jabuticabas, a escada fica encostada na árvore, sem uso, esquecida, à espera. Escadas são construídas com saber. Jabuticabas são gozadas com sabor. Saberes moram nas palavras. Sabores moram além das palavras: na boca. Na boca, o objeto é gozado no presente, sem palavras. Descubro, então, um sentido filosófico enviesado para o maternal conselho de boas maneiras à mesa: “Não se deve falar de boca cheia...”: é impossível dizer o gosto da comida. Gozando-se o sabor, as palavras tornam-se desnecessárias. As palavras, elas mesmas, estão sempre aquém do gozo.
Nietzsche assim resume o que foi dito:
“As nossas experiências verdadeiras não são tagarelas. Elas não poderiam se comunicar mesmo que quisessem. Isto é, falta-lhes a palavra. Tudo aquilo para que temos palavras é porque já fomos além. Em toda fala há uma pitada de desprezo. Parece que a linguagem foi inventada apenas para aquilo que é médio, comunicável.”77
Com o que concorda Adélia Prado: “A palavra é disfarce de uma coisa mais grave, surda-muda, foi inventada para ser calada”.78
Barthes confessa: “Até aqui construí escadas, construí saberes. Agora abandonei as escadas, abandonei os saberes. Dedico-me aos sabores das frutas que se encontram além da escada. Desejo agora ensinar os sabores. Mas os sabores não podem ser ditos. Ensinar sem falar: somente os taoístas conhecem essa arte impossível”.
“O sábio vai por aí fazendo o nada, ensinando o não falar...”79
“Os que têm saber não são sábios; os que são sábios não têm saber”.80
A confissão de Barthes é uma heresia acadêmica. Equivale a um rompimento com a ortodoxia filosófica. Trocou os olhos pela boca, trocou a visão pela degustação, trocou os saberes pelos sabores.
É bem sabido que os saberes derivam-se da visão. Bachelard nota que, desde os antigos gregos, “o pensar é sempre entendido como uma extensão da óptica, a visão exercendo forte hegemonia sobre os demais sentidos”.81
A ciência é uma criatura dos olhos. Surgiu como uma tecnologia para ver melhor. Esse é o sentido da palavra “teoria”: no grego ela quer dizer “contemplar”. Saber é ver. Nietzsche denunciou esse “vício da ocularidade” falando sobre os “percebedores puros”, que são todos aqueles que pretendem ser “objetivos” na sua forma de conhecer o mundo. É assim que ele os descreve:82
“‘Isso deveria ser a coisa mais alta para a minha mente’ – assim o seu espírito mentiroso fala para si mesmo – ‘olhar para a vida sem desejo, e não como um cão, com a minha língua pendurada. Ser feliz em olhar, com uma vontade que morreu e sem o agarrar e o desejo do egoísmo, o corpo inteiro frio e reduzido a cinzas, mas com olhos bêbados iguais aos da lua. É disso que eu mais gostaria’ – assim o seduzido se seduz a si mesmo – ‘amar a terra da mesma forma como a lua a ama, tocar sua beleza só com os meus olhos. E isso é que a percepção imaculada de todas as coisas significará para mim: que eu nada desejo delas, exceto a permissão de ficar prostrado diante delas como um espelho com cem olhos.’”83
Os objetos filosóficos são objetos de “contemplação”. Nunca li, em qualquer filósofo ou teólogo, referência a qualquer coisa que se aproximasse de “degustação”. “Degustar” um objeto filosófico? Essa palavra só pode aparecer num discurso filosófico como um “escorregão” poético...
Barthes fala sobre “o prazer do texto”: “o texto tem de me dar prova de que ele me deseja. A escritura é isso: a ciência das fruições da linguagem, seu kama-sutra”. As palavras não se dirigem apenas ao eu pensante. Elas fazem algo com o corpo: dão-lhe prazer.84
Essa exigência do sabor do texto é a mesma exigência das cozinheiras ao preparar os seus pratos. A exigência de sabor faz Barthes abandonar os rigores da epistemologia e adotar as sutilezas de Babette... Suspeito que a cozinha seja a morada da sapientia...
Antes de Barthes, Nietzsche, meu filósofo mais querido, já tinha feito confissão semelhante. Zaratustra dizia amar aqueles “cuja cabeça é apenas as entranhas do coração”.85 “Entranhas”, no alemão “geweide”, que quer dizer intestinos, tripas, vísceras. As funções digestivas são metáfora das funções do pensar. Quem entende o comer e o digerir entende o que acontece na cabeça. Há uma pedagogia que se inspira na anatomia e na fisiologia do aparelho digestivo. Os professores deveriam tomar aulas de culinária.
Nietzsche é um bufão. Acredita na função intelectual do riso. Ri-se do “espírito alemão”. Diz que “a origem do espírito alemão se encontra em intestinos perturbados. O espírito alemão é uma indigestão”.86 Nietzsche pensa e escreve gastronomicamente. Seus textos não são idéias oferecidas ao eu. São sangue para o corpo beber. Lê-lo é uma experiência visceral: o corpo inteiro se mexe – mesmo quando não entende.
Escrevendo sobre Tales de Mileto ele disse o seguinte:
“A palavra grega que designa o ‘sábio’ se prende, etimologicamente, a sapio, eu saboreio, sapiens, o degustador, sisyphos, o homem de gosto mais apurado; um apurado degustar e distinguir, um significativo discernimento, constitui, pois, [...] a arte peculiar do filósofo. [...] A ciência, sem essa seleção, sem esse refinamento de gosto, precipita-se sobre tudo o que é possível saber, na cega avidez de querer conhecer a qualquer preço; enquanto o pensar filosófico está sempre no rastro das coisas dignas de serem sabidas...”87
Zaratustra: “Eu honro as línguas e estômagos recalcitrantes seletivos, que aprenderam a dizer ‘eu’ e ‘sim’ e ‘não’. Mas mastigar e digerir tudo – essa é uma maneira suína”.88
O refinamento de gosto torna o espírito seletivo: nem tudo é digno de ser comido. Digno de ser comido? Do ponto de vista do corpo, digno = gostoso, que dá prazer. Esse refinamento de gosto é a essência da “consciência crítica”. Consciência crítica é aquela que discrimina, separa o digno do indigno, o gostoso do não gostoso. Consciência crítica é um outro nome para consciência erótica. Erótico é o nome que se dá ao corpo, quando ele sente as coisas em função do prazer que elas lhe causam. O corpo erótico é o juiz que julga as coisas: as gostosas são comidas, vão para dentro do corpo. As não gostosas são rejeitadas, ficam fora do corpo. A criancinha que mama já conhece a essência da sabedoria...
Minha filha estava se iniciando na literatura, na escola. O professor exigiu a leitura do obra de Stendhal, O vermelho e o negro, obra pesada, gosto ruim na boca, indigesta no estômago. Fiquei com medo de que ela identificasse literatura com jiló. Jiló é bom, mas só para os gostos mais desenvolvidos e versáteis. Escrevi ao professor, lembrando-lhe o dito de Borges de que não há razão alguma para se ler um livro que não dá prazer se há tantos que dão prazer. Sugeri-lhe alternativas mais saborosas. Ele se justificou dizendo: “O meu objetivo é criar uma consciência crítica”. Com isso ele revelou sua posição política; a esquerda se parece com o espírito alemão, identifica consciência crítica com intestinos perturbados. A consciência crítica da esquerda é sempre a consciência infeliz: padece de indigestão crônica. Para Nietzsche, ao contrário, a consciência crítica é aquela que busca o prazer. É o prazer que nos ensina a discriminar. O gostoso é engolido; o não gostoso é cuspido para fora.
Ah! Que imagem deliciosa do cientista, essa criatura que come tudo o que vê à sua frente, sem fazer discriminação. É claro que esse filósofo de boca seletiva e estômago recalcitrante que Nietzsche contrapõe ao cientista, em função dos seus hábitos alimentares, não é o filósofo acadêmico, em tudo igual ao cientista, e que era objeto do seu desprezo. “Sou um discípulo do filósofo Dionísio”, ele diz no início de Ecce Homo.89 Dionísio, filósofo? O Sátiro, filósofo? Dionísio é a filosofia do corpo inteiro, por oposição a Apolo, que sente só com os olhos, filosofia ocular. “Qual é o sentido dos opostos conceptuais que introduzi na estética, apolíneo e dionisíaco, ambos concebidos como um tipo de êxtase? O êxtase apolíneo excita o olho, antes de mais nada... No estado dionisíaco, todo o sistema afetivo é excitado e aumentado...”90
Imagino os dois, o filósofo nietzschiano, discípulo de Dionísio, e o cientista, acompanhado do seu colega filósofo acadêmico, diante de um bufê. Passam o cientista e o filósofo acadêmico. Dizem: “Se é possível de ser transformado em comida, deve ser comido. Se é possível ser pensado, deve ser transformado em tese”. A pergunta: “É digno de ser comido?” – ou “O que é gostoso? O que não é gostoso?” – não é levantada. Basta que a coisa possa ser preparada segundo a culinária ortodoxa, a que se dá o nome de “método”. Assim são as teses. Se foram preparadas com o método certo – não importa que o resultado seja um suflê de losna –, ele é comido por todos os membros da banca examinadora e aprovado. Enquanto o filósofo nietzschiano, antes de escolher qualquer coisa, pergunta ao corpo: “O que é que você deseja comer?”. Somente o corpo pode separar o digno do indigno. “Somente lhe são saborosas as coisas que lhe são boas.”91 Os sábios só aprovam com a cabeça depois de provar com o corpo. Barthes desaprende e esquece a fim de se tornar sábio, aquele que degusta o mundo.
Agora, esquecido e desaprendido, adota a ontologia das cozinheiras. Mas que absurdo é esse, dizer que cozinheiras têm ontologia, como se elas fossem filósofas?! Aí eu invoco o testemunho de Peirce, filósofo de rigor lógico inquestionável, para explicar para os desentendidos o que estou dizendo. No seu ensaio sobre “Como tornar as nossas ideias claras”, ele afirma o seguinte:
“Nossa ideia de qualquer coisa é nossa ideia dos seus efeitos sensíveis. (Assim) considere quais efeitos que possivelmente possam ter consequências práticas, que nós imaginamos que o objeto em questão tenha. Então, nossa concepção desses efeitos é a totalidade da nossa concepção do objeto.”92
As cozinheiras trabalham com efeitos sensíveis: o prato tem de ser gostoso; o prato tem de ser cheiroso; o prato tem de ser bonito (a função do urucum, colorau, é só pintar de vermelho); o prato tem de ser excitante ao tato – por isso a pimenta, por isso o cuidado para que não fique nem duro demais nem mole demais. Quando uma cozinheira pensa-cozinha ela leva em consideração a totalidade dos efeitos práticos que o prato que ela está preparando irá ter sobre aquele que vai degustá-lo. Ela pensa a partir da boca, elabora uma ontologia do gosto.
93Ontologia culinária: o objeto é aquilo que a boca degusta. O objeto é o gosto que ele tem. Para o corpo, o objeto é a excitação que ele provoca sobre ele, sob a forma de gosto. Se Kant tivesse aprendido com as cozinheiras, o texto ocular que escreveu na Crítica da razão pura teria sido escrito de outra forma:
“O que os objetos são, neles mesmos, fora da forma como são degustados pela nossa boca, permanece completamente desconhecido para nós. Nada conhecemos a não ser o seu gosto – um gosto que nos é peculiar e não necessariamente compartilhado por todos os seres.”94
Mas não só do gosto. Todos os outros sentidos, sob a primazia da boca, se juntam para produzir o prato imaginado.
(Rubem Alves - Variações sobre o Prazer)
NOTAS;
73 Norman O. Brown, Love´s Body, p. 167. O grande desejo dos poetas – seu sonho alquímico – é transformar o visível em comestível.
74 Roland Barthes, Aula, p. 47.
75 G. W. F. Hegel, The Phenomenology of Mind, p. 92.
76 Manoel de Barros, Livro sobre nada, p. 53.
77 FN III (II), p. 451, O crepúsculo dos ídolos.
78 Adélia Prado, Poesia reunida, p. 22.
79 Tao-Te-Ching, poema II.
80 Tao-Te-Ching, poema lxxxi.
81 O direito de sonhar, pp. xiii-xiv. Bachelard se deu conta da ditadura da visão em nossa tradição filosófica e a denunciou como o “vício da ocularidade” da ciência.
82 Numa seção do Assim falou Zaratustra, intitulada “Sobre a imaculada percepção”
83 FN II (II), p. 652, Assim falou Zaratustra.
84 Fruições da linguagem: “fruição” é derivado de “fruta”. Usufruto, usufruir. Escritura como fruta: algo a ser comido não para alimentar, mas para ter prazer. Releia o poema do Mário Quintana.
85 FN II (II), p. 557, Assim falou Zaratustra.
86 FN III (II), p. 529, Ecce Homo.
87 Pré-socráticos, p. 18, tradução de Ernildo Stein. FN III (III), p. 1.071, A filosofia na época trágica dos gregos.
88 FN II (II), p. 716, Assim falou Zaratustra.
89 FN III (II), p. 511.
90 FN III (II), p. 442, O crepúsculo dos ídolos.
91 FN III (II), p. 518, Ecce Homo.
92 Charles Sanders Peirce, “How to Make our Ideas Clear”, in Buchler, J. (org.), Philosophical Writings of Peirce, p. 31.
93 Lutero, teologando, dizia: “Conhecer a Cristo é conhecer os seus benefícios”. A cozinheira diz: “Conhecer uma comida é conhecer o seu gosto”.
94 O texto de Kant, na Crítica da razão pura, diz o seguinte: “O que os objetos são, em si mesmos, fora da maneira como a nossa sensibilidade os recebe, permanece totalmente desconhecido para nós. Não conhecemos coisa alguma a não ser o nosso modo de perceber tais objetos – um modo que nos é peculiar e não necessariamente compartilhado por todos os seres...”. Crítica da razão pura, p. 54