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De tudo e de nada, discorrendo com divagações pessoais ou reflexões de autores consagrados. Este deverá ser considerado um ficheiro divagante, sem preconceitos ou falsos pudores, sobre os assuntos mais variados, desmi(s)tificando verdades ou dogmas.
VOCÊ RESPEITA SEU PARCEIRO na vida sexual e amorosa? Na cama e na sala de jantar? Na cozinha e no banheiro? Espero que não. Nada há de mais mentiroso do que a ideia de afetos corretos. Ter afetos corretos é um modelo barato no mercado das baratas. Não há direitos humanos nas camas e nos quartos, mas apenas seres dominados por atavismos animais e psíquicos. O desejo corrói a alma. Quem diz que amar é querer “o bem de quem ama” é porque nunca amou. Amar é querer o outro para si ou querer que o outro deixe de existir. Isso é “querer comer” o outro. Respeitar a mulher, nesse caso, é entregá-la na mão de outro homem. Porque ela quer é ser desrespeitada, esse é o sentido de dizer, como dizia o Nelson Rodrigues, que “toda mulher (as normais) gosta de apanhar”. A intimidade só existe quando há invasão do outro. Acho muito engraçado quando os arautos da chamada “ética da alteridade” (o respeito ao “outro” como pilar das relações humanas) querem contaminar a promiscuidade da vida sexual e amorosa com esse papo de respeito ao outro. Quando você respeita o outro, é porque já ficou indiferente a ele. Quando amamos e desejamos, violamos. E ela pede mais. O mundo melhor com o qual os idiotas sonham é um mundo sem amor e sem desejo. Só desejo uma mulher que seja dependente de mim. E quero que ela seja viciada e dependente de mim até a morte. Sonho com uma espécie de ética da promiscuidade dos afetos. Uma mulher pálida de desejo é mais sensual do que uma mulher nua. Sim, sei que pareço medieval, graças a Deus.
(Contra um mundo melhor: ensaios do afeto / Luiz Felipe Pondé) .